O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, reiterou, esta sexta-feira, que a Ucrânia “não está envolvida em conflitos internos na Federação Russa”, rejeitando as acusações de que o país estará por detrás dos ataques na região fronteiriça de Briansk onde, segundo a agência TASS, duas pessoas morreram e um menino de dez anos ficou ferido. Por seu turno, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, assegurou que os serviços de Moscovo “estão a funcionar” e que o caso está a ser investigado.
“Explosões em instalações críticas, drones não identificados a atacar regiões da Federação Russa, confrontos de gangues, guerrilheiros a atacar áreas populosas – são consequências diretas da perda de controlo dentro da Federação Russa. E consequências da guerra... A Ucrânia não está envolvida em conflitos internos na Federação Russa”, escreveu Podolyak na rede social Twitter, esta manhã.
Já na quinta-feira, o responsável considerou que "esta história sobre o grupo de sabotadores ucranianos na Rússia” se tratava apenas da “provocação deliberada do costume”, justificando que “a Rússia quer assustar a própria população russa para justificar a invasão da Ucrânia”.
Explosions at critical facilities; unidentified drones attacking RF’s regions; clashes of gangs; partisans attacking populated areas – all these are direct consequences of the loss of control inside RF. And consequences of war... 🇺🇦 is not involved in internal conflicts in RF...
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) March 3, 2023
Por seu turno Peskov disse, em declarações à imprensa, que os "atos de terrorismo" na região fronteiriça de Briansk estão a ser investigados, salientando que os serviços da Rússia “estão a funcionar”.
“Primeiro, precisamos de determinar o que aconteceu com precisão, e as conclusões serão tiradas com base nesses resultados”, esclareceu, citado pela agência TASS.
De notar que o presidente russo, Vladimir Putin, apontou o dedo aos "terroristas e neonazis" por terem atacado civis, após os serviços de informações e o Kremlin terem acusado sabotadores ucranianos de atingirem a zona de fronteira entre a Ucrânia e a Rússia.
Na ótica do chefe de Estado, o exército "protege a Rússia e o povo contra neonazis e terroristas”, que cometeram, na quinta-feira, “um novo ataque terrorista, infiltrando-se no [seu] território através da fronteira e abriram fogo contra civis", declarou.
"São precisamente pessoas como estas que têm como objetivo privar-nos da nossa memória histórica, da nossa História, das nossas tradições e da nossa língua", acrescentou, numa transmissão na televisão estatal.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.101 civis desde o início da guerra e 13.479 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
Leia Também: Vladimir Putin acusa "terroristas e neonazis" de sabotagem na Rússia