Profanar um livro religioso é "inaceitável", reagiu o ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto, no decurso de uma conferência de imprensa em Bucareste com o seu homólogo turco Mevlut Çavusoglu.
Szijjarto considerou ser "estúpido" privilegiar a liberdade de expressão, como fez o primeiro-ministro Ulf Kristersson, paa justificar a autorização de manifestação.
"Se um país pretende aderir à NATO e tentar obter o apoio da Turquia, então deveria demonstrar um pouco mais de prudência", considerou o responsável húngaro.
Na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, a Finlândia e a Suécia apresentaram uma candidatura comum para integrar a Aliança Atlântica, abandonado décadas de não-alinhamento militar e apesar do crescente reforço das suas capacidades bélicas em estreita cooperação com países da organização.
A adesão deve ser aceite por unanimidade pelos 30 países da NATO e já foi ratificada por quase todos os Estados-membros, à exceção da Hungria e Turquia.
A Suécia, já acusada de acolher "terroristas" curdos, encontra-se num impasse e dependente da aceitação por Ancara após diversas manifestações anti-turcas em Estocolmo e a queima de um exemplar do Corão.
Budapeste afirma por sua vez "não ter objeções" à adesão dos dois países.
"Temos uma posição clara", sublinhou Szijjarto. "Apoiamos a expansão da NATO e quando o parlamento se reunir de novo em fevereiro a questão estará na agenda e vamos resolvê-la rapidamente", prometeu.
A votação foi adiada por diversas vezes devido a um percalço legislativo, e quando o primeiro-ministro nacionalista Viktor Orbán, aliado próximo do Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, mantém uma posição ambígua sobre a guerra na Ucrânia.
Apesar de ter condenado a ofensiva russa, Orbán mantém um mitigado apoio a Kiev em contraste com os seus parceiros da União Europeia, e continua a manter estreitas relações estratégicas com Moscovo.
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