"No dia 11 de julho, estaremos em Sulaymaniyah [Iraque] com os nossos copresidentes para testemunhar o momento histórico da entrega de armas de um grupo de membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK)", disse aos jornalistas a porta-voz do DEM, Aysegul Dogan.
A porta-voz da formação política turca - de esquerda e pró-curda - afirmou que esta primeira entrega marca um "momento histórico que irá moldar o segundo século da história turca [moderna]".
O líder do PKK, Abdullah Öcalan, que se encontra preso desde 1999 numa ilha-prisão ao largo de Istambul, afirmou num vídeo divulgado hoje que o desarmamento deveria ser realizado de forma aberta e transparente. Öcalan prometeu ainda a implementação rápida do desarmamento do seu movimento.
"Esta é uma transição voluntária da fase de conflito armado para a democracia e o estado de direito (...). As modalidades de desarmamento serão definidas e implementadas rapidamente", declarou o fundador e líder histórico do PKK numa mensagem divulgada pela agência de notícias turca Mezopotamya, próxima do movimento.
O PKK decidiu colocar um fim a mais de quatro décadas de combates contra as forças turcas, que fizeram pelo menos 45 mil mortos. O grupo tinha como objetivo a criação de um Estado curdo independente da Turquia.
Nesta mensagem, Öcalan recordou o seu "apelo à paz e a uma sociedade democrática", realizado em 27 de fevereiro, e congratulou-se com a resposta positiva do seu movimento, que anunciou a sua dissolução em 12 de maio.
Sobre o vídeo do líder curdo, a porta-voz do DEM afirmou que a mensagem deixa claro que todas as armas devem ser entregues.
"Estamos a falar de um novo capítulo para expandir a esfera política e eliminar completamente as armas", afirmou Aysegul Dogan, embora tenha especificado que o seu partido não tem informações sobre como se desenrolará o processo.
Já o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou hoje que "nos próximos dias" haveria progressos no processo de paz com o PKK.
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