Depois de Jacinda Ardern ter, esta semana, anunciado que pretendia deixar o cargo de primeira-ministra da Nova Zelândia, o Partido Trabalhista ficou com um 'problema' em mãos: arranjar um substituto à altura da mulher que tomou as rédeas do país nos últimos anos.
A escolha recaiu sobre Chris Hipkins, de 44 anos. O atual ministro da Administração Interna, Educação e Serviços Públicos foi o selecionado pelo partido e, conta a CNN Internacional, o único candidato a ser nomeado à liderança dos trabalhistas.
"O 'caucus' do Partido Trabalhista reunir-se-á às 13 horas de domingo [hora local] para endossar a indicação e confirmar Chris Hipkins como líder", disse o líder do Partido Trabalhista, Duncan Webb, num comunicado citado pelo canal.
Além das funções que desempenha atualmente, Hipkins foi um dos 'braços direitos' de Jacinda Ardern na 'frente de combate' contra a Covid-19, tendo sido o responsável pela resposta dada pela Nova Zelândia em face da pandemia. Era também Hipkins quem dava a cara nos briefings do governo sobre esta matéria.
O tempo que Chris Hipkins irá ocupar no cargo de primeiro-ministro - se se confirmar a nomeação, como tudo indica - ainda é incerto, uma vez que a Nova Zelândia irá às urnas no próximo mês de outubro.
A saída de Jacinda Ardern
Jacinda Ardern anunciou na quinta-feira a sua renúncia ao cargo de chefe de governo, convocando eleições para 14 de outubro.
O anúncio foi feito em conferência de imprensa, detalhando que ficará no cargo até ao próximo dia 07 de fevereiro, enquanto o seu partido - Partido Trabalhista - encontra uma nova pessoa para ocupar o seu lugar, segundo o jornal NZ Herald. "Dei tudo de mim para ser primeira-ministra, mas isso também exigiu muito de mim", disse.
A primeira-ministra demissionária tinha sido eleita para liderar o país com apenas 37 anos, após a surpreendente renúncia do líder de centro-direita John Key, tornando-se a primeira-ministra mais jovem da Nova Zelândia desde 1856 e um símbolo do progressismo, com vincadas ideias de esquerda.
Depois de conseguir um segundo mandato, graças à vitória esmagadora do Partido Trabalhista nas eleições legislativas de 2020, Ardern teve uma queda de popularidade nos últimos anos, atribuída a várias causas: deterioração da situação económica, declínio da confiança no seu Governo, ressurgimento da oposição conservadora.
Nos últimos meses, a primeira-ministra não conseguia já esconder a irritação com a oposição aguerrida da direita e começaram a fazer-se notar os sinais de desgaste político.
Nascida em 1980, em Hamilton, a sul de Auckland, Jacinda Ardern diz que foi a pobreza a que assistiu no interior da Ilha do Norte que ajudou a moldar as suas crenças de esquerda.
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