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África. UE vai mobilizar 4,5 mil milhões para insegurança alimentar

A presidente da Comissão Europeia disse hoje que a União Europeia (UE) "está disponível" para mobilizar mais de 4,5 mil milhões de euros para o continente africano, nos próximos dois anos, para combater a insegurança alimentar.

África. UE vai mobilizar 4,5 mil milhões para insegurança alimentar
Notícias ao Minuto

18:33 - 28/11/22 por Lusa

Mundo África

"Estamos disponíveis, na União Europeia, para mobilizar mais de 4,5 mil milhões de euros apenas para África até 2024, não apenas para dar assistência alimentar imediata que é importante agora, mas também para trabalhar na melhoria e aumento da produção alimentar local com tecnologias modernas", declarou Ursula von der Leyen.

Falando em conferência de imprensa em Bruxelas, juntamente com o líder da União Africana, Moussa Faki Mahamat, após uma reunião de alto nível entre os dois blocos, a responsável assinalou que a UE quer "tornar os sistemas alimentares mais resilientes e mais autossuficientes" no continente africano.

"Penso que existe um enorme potencial [...] para aumentar a produção alimentar em África e, sobretudo, para haver mais [métodos de] processamento no continente para que haja um valor acrescentado, para produtos como o caju ou o cacau", assinalou Ursula von der Leyen, defendendo também investimentos em "processos agrícolas inovadores".

Numa altura em que se completam nove meses desde a invasão russa da Ucrânia, a líder do executivo comunitário destacou que "a guerra tem um impacto devastador na segurança alimentar e isto afeta todas as regiões do mundo, sobretudo África", razão pela qual a UE quer apoiar o continente para "aliviar o impacto".

Dado que a UE é também dependente da energia russa, nomeadamente de combustíveis fósseis como o gás, Ursula von der Leyen considerou ainda que este é um "momento decisivo para unir forças" dado que "África tem abundantes recursos para a energia limpa e a transição energética".

"A chantagem [russa] na área da energia foi um abrir de olhos para nós, UE, e não só estamos a diversificar a procura de energia para fornecedores fiáveis, como também estamos a acelerar maciçamente a transição energética", concluiu a responsável.

Presente na ocasião, Moussa Faki Mahamat salientou que "África está confrontada com grandes desafios" por problemas de segurança, dado o terrorismo, de infraestruturas e de insegurança alimentar.

"A guerra na Ucrânia agravou a situação [pois] a acessibilidade e os preços dos cereais e dos fertilizantes são desafiantes para o continente africano", adiantou o líder da União Africana, saudando "os esforços" da UE para enfrentar esta situação.

Representantes da Comissão Europeia e da Comissão da União Africana reuniram-se hoje, em Bruxelas, para debater compromissos de investimento assumidos na cimeira dos dois blocos, em fevereiro, e as relações geopolíticas, no contexto da guerra na Ucrânia.

A reunião, que aconteceu pela 11.ª vez, debruçou-se sobre temas como segurança alimentar, energia, clima, segurança e multilateralismo e ainda as consequências da agressão russa à Ucrânia, nomeadamente no mercado de cereais e óleos alimentares.

Tanto a Ucrânia como a Rússia são importantes fornecedores dos mercados mundiais, especialmente de cereais e óleos vegetais, como trigo, cevada e milho, pelo que Bruxelas reconhece o impacto imediato relacionado com o aumento dos custos ao longo de toda a cadeia de abastecimento alimentar, pela rutura dos fluxos comerciais de e para a Ucrânia e Rússia, bem como as consequências na segurança alimentar global.

O norte de África importa mais de 50% das suas necessidades de cereais da Ucrânia e da Rússia.

Em junho passado, a Comissão Europeia lançou uma plataforma para ligar empresas e ativar corredores solidários para facilitar as exportações de alimentos a partir da Ucrânia.

Leia Também: União Europeia prepara nono pacote de sanções contra Rússia

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