Grã-Bretanha duvida que migrantes sejam enviados para o Ruanda este ano
A ministra do Interior britânica disse hoje que é improvável que algum migrante seja enviado para o Ruanda este ano, ao abrigo de um plano governamental controverso, mas prometeu prosseguir com a política e expandi-la para mais países.
© REUTERS
Mundo Suella Braverman
Suella Braverman disse que, "infelizmente", um desafio judicial ao plano ruandês teria de seguir o seu curso.
Questionada sobre se as deportações iriam começar este ano, afirmou: "Tem de se perguntar aos tribunais sobre isso... Penso que vai demorar muito tempo".
Ao abrigo de um acordo assinado em abril, a Grã-Bretanha planeia enviar alguns migrantes que chegam ao Reino Unido como clandestinos, ou em pequenas embarcações, para o Ruanda, onde os seus pedidos de asilo seriam processados. Aqueles a quem fosse concedido asilo ficariam no país africano em vez de regressarem ao Reino Unido.
A Grã-Bretanha diz que a política irá dissuadir os bandos de tráfico de pessoas que transportam migrantes através do Canal da Mancha. Os grupos de direitos humanos dizem que é impraticável e desumano enviar pessoas a milhares de quilómetros de distância para um país onde não querem viver.
A Grã-Bretanha já pagou ao Ruanda 120 milhões de libras (145 milhões de dólares), mas ninguém foi enviado para aquele país africano como parte do acordo. Em junho, o Reino Unido foi forçado a cancelar o primeiro voo de deportação, depois de o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos ter decidido que o plano comportava "um risco real de danos irreversíveis".
Vários requerentes de asilo, grupos de ajuda e um sindicato de funcionários fronteiriços estão a tomar medidas legais contra o governo, estando uma audiência marcada para o final deste mês.
Braverman, que foi nomeada no mês passado pela nova primeira-ministra, Liz Truss, disse na conferência anual do Partido Conservador que estava a tentar expandir a política.
"Estamos a procurar negociar ativamente com países que levarão os nossos requerentes de asilo", disse.
Milhares de pessoas por ano tentam atravessar uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo em barcos e outras embarcações frágeis, na esperança de uma nova vida no Reino Unido. Este ano, mais de 35.500 pessoas fizeram a travessia, contra as 28.000 em 2021. Dezenas de pessoas perderam a vida em tentativas de travessia.
O assunto é uma fonte de fricção entre o Reino Unido e a França. Braverman disse que o Reino Unido estava empenhado em trabalhar com a França para acabar com os bandos de contrabando.
Disse que as autoridades francesas estavam a parar entre 40% e 50% dos barcos que tentavam partir.
"Isso não é suficientemente bom, mas é melhor do que nada", referiu.
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