De acordo com o documento consultado pela agência de notícias francesa AFP e divulgado hoje, os corpos desses civis foram encontrados a poucos quilómetros da aldeia de Robinet El Ataye, na região de Ségou, onde "militares brancos", elementos do grupo paramilitar russo Wagner segundo um diplomata em Nova Iorque, e militares do Mali prenderam, amarraram, espancaram e levaram 33 homens, na véspera de 5 de março.
O documento do grupo de peritos da ONU sobre o Mali, apresentado ao Conselho de Segurança no final de julho, levanta, assim, o véu sobre a morte dos 33 civis, num relato macabro que oprime o exército maliano e os "soldados brancos".
Segundo disse um diplomata em Nova York à AFP, "os militares brancos" eram paramilitares do grupo Wagner, mobilizados desde janeiro para apoiar os militares malianos.
Bamako refuta a presença de mercenários, referindo-se à presença de "instrutores", enquanto Moscovo afirma não ter nada a ver com esta empresa presente no Mali de "base comercial".
O desaparecimento dos civis em 5 de março, em Robinet El Ataye, com contornos vagos na época, causou choque no Mali e na Mauritânia.
A Mauritânia acusou o exército maliano de "atos criminosos recorrentes" contra cidadãos mauritanos nesta região fronteiriça. Bamako disse que nada punha em causa o seu exército.
Os dois países abriram uma investigação conjunta, cujos resultados não foram publicados no início de agosto.
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