Bulgária convoca eleições antecipadas após falhanço de coligação
A Bulgária prepara-se para organizar novas eleições parlamentares no próximo outono, depois dos três maiores partidos do parlamento não terem conseguido encontrar uma base comum para formar um Governo de coligação.
© Reuters
Mundo Bulgária
O líder do Partido Socialista, Georgi Svilenski, avançou hoje à comunicação social que os esforços para formar uma coligação viável falharam, uma vez que a proposta de estratégia de Governo não obteve a aprovação necessária na Assembleia Nacional.
"Nesta situação, amanhã devolveremos o mandato ao presidente", disse Svilenski.
Os dois principais grupos parlamentares -- o partido reformador We Continue The Change e o partido centro-direita GERB -- falharam também em pôr um fim à mais recente crise política a emergir dentro da União Europeia (UE) e de um membro da NATO, no meio de tensões crescentes com a Rússia.
O derrube do governo pró-ocidental de Kiril Petkov, que tomou posse em dezembro passado, prometendo tolerância zero para a corrupção, ajudou a preparar o caminho para uma nova eleição, que, segundo os analistas, deverá resultar numa maior presença de grupos nacionalistas e pró-Rússia no Parlamento.
Aumentando a tensão entre as duas nações historicamente próximas, a Bulgária ordenou a extradição de 70 funcionários diplomáticos russos do país e Petkov acusou a Rússia de utilizar uma estratégia de "guerra híbrida" para derrubar o seu Governo.
Em contrapartida, a Rússia cortou o fornecimento de gás à Bulgária em abril, depois de as autoridades búlgaras terem recusado o pedido dos russos para pagar o recurso energético em rublos, a moeda de Moscovo.
O ministro da Defesa búlgaro foi também deposto no início de março por se referir à guerra da Rússia na Ucrânia como uma "operação militar especial", tal como o Kremlin.
Hoje, numa das suas últimas ações enquanto primeiro-ministro do país, Petkov discutiu com peritos da empresa norte-americana Westinghouse Electric Corporation as possibilidades de receber combustível nuclear para um dos seus dois reatores russos.
"Estou preocupado com o que está a acontecer na Europa e a minha previsão é que a guerra (na Ucrânia) continue por mais cinco anos, e é por isso que espero que consigamos continuar no caminho para a diversificação", defendeu Petkov.
Segundo os analistas políticos, as novas eleições, convocadas para outubro, podem resultar num Parlamento mais fragmentado e aprofundar o impasse político que tem dominado o estado-membro mais pobre da UE durante meses.
O presidente do país deverá agora dissolver o Parlamento búlgaro, nomear um Governo provisório e fixar uma data para a quarta votação parlamentar do país desde abril de 2021.
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