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Mais de 1.660 pessoas morreram de fome desde fevereiro em Kotido

Mais de 1.660 pessoas morreram de fome desde fevereiro deste ano no distrito ugandês de Kotido (nordeste), onde persiste uma seca intensa há dois anos, disse hoje o presidente do distrito, Lote Paul Komol.

Mais de 1.660 pessoas morreram de fome desde fevereiro em Kotido
Notícias ao Minuto

15:21 - 20/07/22 por Lusa

Mundo Uganda

"Toda a região do Karamoja (onde se localiza o distrito de Kotido) foi atingida pela fome. A situação é terrível. Estamos numa situação de emergência", disse Komol à agência Efe, através do telefone.

A falta de chuva nos últimos dois anos tem impedido as pessoas em Karamoja, a região mais seca do Uganda, de cultivar as suas culturas, disse.

Além disso, a insegurança na região, que se agravou em 2018 com um recrudescimento dos ataques dos ladrões de gado armados, levou muitos pastores a perderem as suas vacas, a principal fonte de subsistência das famílias Karamoja.

Segundo o líder de Kotido, esta situação deixou muitas pessoas numa situação "extremamente vulnerável", quando o preço dos alimentos básicos subiu constantemente nos últimos meses devido aos efeitos da pandemia de covid-19 e da guerra na Ucrânia.

"Cinco camiões cheios de alimentos e de material humanitário chegaram esta manhã ao distrito de Kotido, o que trará alívio a algumas pessoas em condições difíceis, mas ainda precisamos de muito mais", disse Komol.

O responsável apelou tanto ao Governo ugandês como à comunidade internacional para "apoiarem o povo do Karamoja" e fornecerem à região a assistência humanitária de que necessita.

Com 61% da sua população a tentar viver com menos de 1,25 dólares por dia, Karamoja é a região mais pobre do Uganda, de acordo com um documento do Governo ugandês realizado entre 2016 e 2017.

De acordo com o último relatório da Classificação da Fase Integrada de Segurança Alimentar (IPC), uma ferramenta que classifica a gravidade das situações de segurança alimentar, seis dos oito distritos da região do Karamoja encontram-se na fase de "crise", a terceira mais grave.

O IPC também alertou para um grande número de crianças com desnutrição aguda, o que enfraquece o sistema imunitário das pessoas que dela sofrem, pondo-as em risco de doença e morte.

Se a desnutrição aguda não for tratada a tempo, pode também prejudicar gravemente o desenvolvimento físico e cerebral das crianças.

Alguns países da África Oriental estão a ser atingidos pela pior seca dos últimos 40 anos, o que está a empurrar cerca de 18,4 milhões de pessoas para "fome severa" em países como a Somália, Quénia e Etiópia, disse a ONU em junho.

Na terça-feira, o Comité Internacional de Salvamento advertiu que mais de três milhões de pessoas poderão morrer de fome nos próximos meses na África Oriental se "financiamento internacional urgente" não chegar.

Leia Também: Presidente do Uganda anula suspensão de ONG apoiada pela UE

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