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Os 11 candidatos confirmados à sucessão de Boris Johnson

Com uma eleição nas próximas semanas para a liderança do Partido Conservador desencadeada pela demissão do primeiro-ministro, Boris Johnson, já foram anunciados 10 candidatos antes ainda de abrirem as inscrições.

Notícias ao Minuto

12:29 - 11/07/22 por Lusa

Mundo Reino Unido/Crise

Além daqueles que já confirmaram, existem mais alguns candidatos prováveis e outros que desistiram de suceder a Johnson como líder dos 'tories' e, consequentemente, a primeiro-ministro.

Verifique abaixo os nomes e, acima, a galeria dos candidatos confirmados (e os prováveis).

Candidatos confirmados

RISHI SUNAK, EX-MINISTRO DAS FINANÇAS

Sunak, 42 anos, é um dos candidatos favoritos à liderança dos Conservadores. Foi dos primeiros, minutos após Sajid Javid, a demitir-se do governo, ajudando a desencadear a revolta que derrubou Johnson. "O povo espera, com razão, que o governo seja conduzido de forma adequada, competente e séria", justificou.

Eleito deputado em 2015, tornou-se numa estrela em ascensão graças ao destaque durante a campanha para o Brexit. Nomeado ministro das Finanças em 2020, foi elogiado pelas políticas de apoio a milhões de trabalhadores e empresas durante a pandemia covid-19. Mas recentemente foi criticado pela demora a responder à crise do aumento do custo de vida.

Contra ele tem as notícias de que a esposa, Akshata Murthy, que tem uma fortuna considerável, evitou pagar impostos sobre os rendimentos do estrangeiro. Nascido de pais indianos, Sunak frequentou uma escola privada, estudou em Oxford e trabalhou para o banco de investimento Goldman Sachs e para um fundo de investimentos. Quer "restaurar a confiança" no governo e alerta para o risco de um corte de impostos alimentar a inflação.

SUELLA BRAVERMAN, PROCURADORA-GERAL

Membro do governo enquanto procuradora-geral, cujas funções são aconselhar juridicamente o Governo, Braverman, de 42 anos, foi a primeira a confirmar interesse na corrida, na quarta-feira, ainda antes de Boris Johnson se demitir. 

A deputada e advogada revelou a intenção à estação ITV, invocando a "dívida de gratidão para com este país" que ela e a família têm após chegarem ao Reino Unido como imigrantes.  O anúncio surpreendeu porque Braverman é pouco conhecida e só entrou para o governo em 2020. 

Eurocéptica e favorável ao Brexit, recebeu o apoio de Steve Baker, um dos mais influentes 'brexiters" entre os Conservadores, que assim desistiu da candidatura. Defendeu a saída do Reino Unido do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos porque travou a deportação de refugiados para o Ruanda.

TOM TUGENDHAT, PRESIDENTE DA COMISSÃO PARLAMENTAR DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS

Antigo militar de 49 anos, não tem experiência ministerial nem uma imagem pública. Porém, é considerado dentro do partido por ser um bom orador e um político com princípios. Tem dupla nacionalidade francesa graças à mãe francesa e fez campanha contra o Brexit em 2016.

Tem sido um crítico aberto da liderança de Johnson, em especial da retirada do Afeganistão em 2021, que qualificou como o maior desastre de política externa desde o Suez". Está também entre um grupo de Conservadores que quer que o Reino Unido tome uma posição mais dura em relação à China. Oferece um "novo começo" para o partido e governo. 

SAJID JAVID, EX-MINSTRO DA SAÚDE

Javid, de 52 anos, foi o primeiro membro do governo a demitir-se na semana passada em conflito com Boris Johnson, declarando "basta" e que "o problema começa no topo". Ministro da Saúde desde junho de 2021, liderou o alívio das restrições da pandemia covid-19. O regresso ao Executivo após uma saída em conflito com Johnson quando era ministro das Finanças, em 2020, reflete a boa reputação dentro dos 'tories'.

É um dos candidatos mais experientes, tendo também passado pelo ministério do Interior, da Economia, da Habitação e da Cultura. Ex-banqueiro e filho de um motorista de autocarro paquistanês, foi eliminado na quarta volta das eleições para a liderança do partido ganhas por Johnson em 2019.

Javid quer atacar a crise do aumento de custo de vida, propondo reverter o controverso aumento da contribuição para a Segurança Social, que foi introduzido quando estava em funções para financiar o serviço público de saúde a assistência social, e reduzir impostos sobre os combustíveis e pessoas.

JEREMY HUNT, PRESIDENTE DA COMISSÃO PARLAMENTAR DA SAÚDE

Hunt, de 55 anos, passou nove anos consecutivos nos governos de David Cameron e Theresa May enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros, Saúde e Cultura. Em 2019 foi finalista na eleição para a liderança do Partido Conservador, mas Johnson ganhou com o dobro dos votos. 

Recusou ser despromovido por Johnson para o ministério da Defesa, por isso voltou à bancada parlamentar como deputado, onde se manteve visível pelo escrutínio a resposta do governo pandemia covid-19. Para contrariar a imagem como oposto ao Brexit, prometeu fazer a eurocética Esther McVey vice primeira-ministra. 

Visto como um político sério e sensato, que não serviu no governo de Boris Johnson, quer "restaurar a confiança dos eleitores". Compromete-se a reduzir significativamente os impostos para as empresas e fazer a economia crescer.

NADHIM ZAHAWI, MINISTRO DAS FINANÇAS

Johnson nomeou Zahawi, 55 anos, para chefiar o ministério das Finanças após a demissão de Sunak. Apenas dois dias mais tarde, juntou-se aos apelos públicos para que Johnson se demitisse, atraindo críticas de cinismo.

Nasceu no Iraque de uma família curda e mudou-se para o Reino Unido em criança quando os pais fugiram do regime de Saddam Hussein. Co-fundador da empresa de estudos de mercado YouGov, Zahawi foi eleito para o parlamento em 2010. Ganhou proeminência como secretário de Estado das vacinas durante a pandemia. 

Sóbrio e eficaz, prometeu "estabilizar o navio e estabilizar a economia" com impostos mais baixos. Porém, há notícias de que estará a ser investigado por irregularidades fiscais.

PENNY MORDAUNT, SECRETÁRIA DE ESTADO DO COMÉRCIO

Mordaunt, 49 anos, é uma candidata surpresa, que se assume como alguém que quer voltar a unir o partido Conservador e o país. Desempenhou um papel proeminente na campanha pró-Brexit, mas apoiou Hunt para a sucessão de Theresa May em 2019 e foi afastada como ministra da defesa por Boris Johnson.

Desde então, voltou ao governo como secretária de Estado do Comércio Internacional. A campanha tem por lema que "a liderança tem de mudar" e "tornar-se um pouco menos sobre o líder e muito mais sobre o navio". 

KEMI BADENOCH

Ex-secretária de Estado da Igualdade, Kemi Badenoch, de 42 anos, quer um governo reduzido e "dizer a verdade". Prometeu baixar os impostos, mas também manter uma "disciplina de despesa apertada".

Pró-Brexit, foi criticada pela comunidade LGBT pelo atraso na proibição da terapia de conversão dos homossexuais e por descrever transexuais como "homens que usam casas de banho de mulheres". 

GRANT SHAPPS

O ministro dos Transportes de 53 anos tornou-se numa figura frequente nas televisões devido às restrições impostas às viagens durante a pandemia covid-19. Foi também dos poucos a não se demitir durante a crise que fez Boris Johnson cair.

Antigo vendedor de fotocopiadoras, promete cortes fiscais nos impostos para as pessoas com rendimentos mais baixos  graças a cortes na despesa pública.

LIZ TRUSS, SECRETÁRIA DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS

Truss, 46 anos, foi promovida a ministra dos Negócios Estrangeiros após um bom desempenho como ministra do Comércio a negociar acordos pós-Brexit. Embora tenha feito campanha pela permanência na União Europeia, tornou-se numa defensora do Brexit. 

A ambição de chegar a primeira-ministra não é nova e o esforço para projetá-la como uma líder forte e patriótica inclui fotografias em cima de tanques militares. Porém, numa visita em Moscovo foi recebida com indiferença pelo homólogo russo, Sergey Lavrov, antes da invasão da Ucrânia por Moscovo. Falhou também na tentativa de romper o impasse nas negociações com Bruxelas sobre a Irlanda do Norte.

Truss é popular e uma das favoritas, às vezes comparada à antiga primeira-ministra do partido, Margaret Thatcher, na política amante do livre-mercado. Os apoiantes cunharam o slogan, "In Liz We Truss".

REHMAN CHISHTI

O sub-secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros apresentou a candidatura num vídeo publicado na rede social Facebook, reivindicando "um historial comprovado de apresentar ideias e criatividade para ajudar a melhorar a vida das pessoas". Deputado de origem paquistanesa de 43 anos, foi vereador pelo partido Trabalhista antes de se transferir e ser eleito pelo Partido Conservador em 2010. 

Candidatos Possíveis

PRITI PATEL, MINISTRA DO INTERIOR

Apreciada pela ala direita do Partido devido às políticas duras contra o crime e imigração, Priti Patel, de 50 anos, foi uma das protagonistas da campanha pelo Brexit. Mas a dificuldade em controlar as travessias de refugiados no Canal da Mancha afetou a popularidade e é uma figura que divide opiniões. É o rosto principal da política controversa de deportar imigrantes ilegais para o Ruanda. 

Foi demitida por Theresa May de ministra do Desenvolvimento por se ter encontrado, sem avisar, com políticos israelitas quando estava de férias. Em 2020, um inquérito concluiu que violou a conduta ministerial por intimidação a funcionários, mas Boris Johnson manteve-a em funções por lealdade. 

Desistentes

STEVE BAKER

Dinamizador de vários grupos na bancada parlamentar do Partido Conservador de eurocéticos e libertários opositores das restrições da pandemia covid-19, Steve Baker, de 51 anos, foi influente na queda de Theresa May e retirou a confiança a Boris Johnson. Porém, preferiu apoiar Suella Braverman.

BEN WALLACE, MINISTRO DA DEFESA

Antigo veterano do exército com 52 anos, Wallace ganhou proeminência pelo do Reino Unido à Ucrânia com treino e equipamento após a invasão da Ucrânia. Wallace conquistou admiradores por ser falar de maneira direta e era um dos favoritos para suceder a Boris Johnson, mas optou por focar-se em "manter este grande país seguro". 

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