Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
15º
MIN 14º MÁX 21º

Ucrânia e Moldova juntam-se a grupo impaciente de aspirantes à adesão

A Ucrânia e a Moldova juntaram-se hoje a um grupo alargado de países candidatos à adesão à União Europeia, alguns dos quais há muito na 'fila de espera' para entrar no bloco europeu, sem quaisquer progressos nos últimos anos.

Ucrânia e Moldova juntam-se a grupo impaciente de aspirantes à adesão
Notícias ao Minuto

21:48 - 23/06/22 por Lusa

Mundo UE/Cimeira

Após a 'luz verde' dada hoje pelos 27 chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) à concessão do estatuto de países candidatos a Kiev e Chisinau, tal como recomendado pela Comissão Europeia, Ucrânia e Moldova juntam-se a Albânia, Macedónia do Norte, Montenegro, Sérvia e Turquia como candidatos, e 'ultrapassam' Kosovo e Bósnia-Herzegovina, ainda "potenciais candidatos", enquanto à Geórgia foi dada somente para já uma "perspetiva europeia".

Hoje de manhã, à chegada para uma reunião de líderes da UE e dos países dos Balcãs Ocidentais que antecedeu o Conselho Europeu, o primeiro-ministro albanês aconselhou a Ucrânia a "não se iludir" com promessas de adesão, lembrando precisamente o penoso trajeto do seu país e de outros dos Balcãs.

"É bom que seja dado o estatuto [de país candidato à UE] à Ucrânia, mas espero que o povo ucraniano não se encha de ilusões. A Macedónia do Norte é candidata há 17 anos, se não me perdi nas contas, e a Albânia há oito, então boas-vindas à Ucrânia", disse Edi Rama em tom irónico.

Efetivamente, Edi Rama não se perdeu nas contas, já que a então Antiga República Jugoslava da Macedónia recebeu o estatuto de país candidato em 2005, e 17 anos volvidos aguarda ainda pelo arranque formal das negociações, mesmo depois de já ter mudado de nome, para Macedónia do Norte, para ultrapassar um diferendo com a Grécia. De pouco serviu, pois nos últimos anos tem sido a Bulgária a bloquear a abertura formal das conversações, devido a disputas linguísticas.

Já quanto à Albânia, Tirana viu ser-lhe concedido o estatuto de país candidato em 2014, aguardou seis anos para que o Conselho aprovasse a abertura formal de negociações, mas está também ela refém do veto búlgaro a Skopje, dado a UE ter decidido lidar com as duas candidaturas em bloco.

Por seu lado, Montenegro viu ser-lhe atribuído o estatuto de candidato em 2010 -- dois anos depois da apresentação do pedido -- e as negociações decorrem há 10 anos, desde 2012, ano em que Belgrado recebeu por seu turno o estatuto, tendo as negociações começado dois anos depois, em 2014, e progredido lentamente.

O caso mais flagrante de um processo moroso chega contudo de fora dos Balcãs Ocidentais - é o caso da Turquia, a quem foi concedido o estatuto de país candidato em 1999, tendo as negociações arrancado em 2005, mas estão congeladas desde 2016, por a UE entender que Ancara se tem desviado cada vez mais do caminho e dos valores europeus.

Assim, por mais "histórico" que este Conselho Europeu seja classificado, Ucrânia e Moldova sabem assim que têm pela frente um longo trajeto, potencialmente frustrante.

No final da reunião de hoje entre Balcãs Ocidentais e UE, Edi Rama 'voltou à carga', com uma mensagem na sua conta na rede social Twitter, a comentar a tradicional 'foto de família' tirada após o encontro.

"Local simpático, pessoas simpáticas, e fotos simpáticas e imaginemos quanto mais simpático isto seria se às promessas simpáticas se seguissem ações simpáticas", escreveu.

O último alargamento do bloco europeu teve lugar há oito anos, com a adesão da Croácia, em 2014, e desde então a União 'encolheu' mesmo, de 28 para 27 Estados-membros, com a saída do Reino Unido, consumada no início do ano passado.

Leia Também: Aprovado estatuto de país candidato à União Europeia para a Ucrânia

Recomendados para si

;
Campo obrigatório