França e Argélia procuram retomar relações após crise diplomática
A nova chefe da diplomacia francesa, Catherine Colonna, conversou na segunda-feira com o seu homólogo argelino, Ramtane Lamamra, após meses de relações tensas entre os dois países.
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Mundo Diplomacia
Na conversa, Colonna e Lamamra "afirmaram o seu desejo de continuar a dinâmica positiva na relação bilateral entre a França e a Argélia", informou o Governo francês num comunicado divulgado na noite de segunda-feira.
"O primeiro intercâmbio frutífero com a minha colega Colonna sobre as perspetivas de uma parceria equilibrada e mutuamente benéfica entre os nossos dois países e um diálogo aprimorado ao serviço da estabilidade e prosperidade a níveis regional e internacional", comentou hoje Lamamra, na rede social Twitter.
A França e a Argélia tentam dar um novo impulso às suas relações após uma grave crise diplomática, que se prolongou por vários meses.
Argel chamou de volta o seu embaixador em Paris, em outubro, em reação às declarações do Presidente francês, Emmanuel Macron, que tinha dito que a Argélia - após a independência, em 1962, que pôs fim a 132 anos de colonização francesa - tinha sido construída sobre "uma renda memorial", mantida pelo "sistema político-militar".
O embaixador regressou a França, em 06 de janeiro, quando os dois países começaram a procurar restabelecer as normais relações diplomáticas.
Na segunda-feira, os dois chefes de diplomacia também "discutiram os mais recentes desenvolvimentos nas relações argelino-espanholas", informou o Governo francês, que sublinhou o seu "profundo apego às boas relações entre os parceiros europeus e os vizinhos da margem sul do Mediterrâneo".
A Argélia suspendeu na quarta-feira passada um "tratado de amizade, boa vizinhança e cooperação" com Espanha, depois de uma inversão de posições de Madrid no Saara Ocidental que levou os espanhóis a apoiar a posição de Marrocos, para desconforto de Argel, principal apoiante do movimento de independência da Frente Polisário.
De acordo com o comunicado do Governo francês, os dois ministros de Negócios Estrangeiros também discutiram as crises no Mali e na Líbia.
A força anti-'jihadista' francesa Barkhane, destacada no Sahel, está a encerrar as suas bases militares avançadas a norte do Mali, num cenário de extrema tensão entre Paris e Bamako.
A Argélia, por seu lado, apresenta-se como um ator fundamental no regresso à estabilidade regional, com base nos chamados acordos de Argel - assinados em 2015 entre o Governo e os ex-rebeldes não 'jihadistas' -- que, de facto, nunca foram aplicados.
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