Líderes pró-russos admitem integração da região de Zaporizhzhia na Rússia
As forças pró-russas que controlam parte de Zaporijia pretendem realizar um referendo no outono para integrar esta região do sul da Ucrânia na Rússia, anunciou, esta quarta-feira, um líder local.
© BULENT KILIC/AFP via Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
"É minha profunda convicção que isso [referendo sobre integração] pode ser feito no outono", disse o chefe da administração civil e militar de Zaporijia, Yevgeny Balitsky, ao canal estatal Rossiya-24, citado pela agência espanhola EFE.
Balitsky, que foi nomeado por Moscovo após as tropas russas terem conquistado parcialmente Zaporijia, disse que "quase 80%" da região está sob controlo da Rússia e de milícias pró-russas.
As autoridades ucranianas admitiram que a Rússia controla 60% da região de Zaporijia, onde está localizada a maior central nuclear da Europa.
Em maio, os líderes pró-russos da vizinha Kherson, que também está parcialmente sob controlo russo, disseram igualmente que pretendiam integrar a região na Rússia.
No entanto, divergiram sobre se essa integração deve ser feita através de um referendo ou por decreto.
O chefe-adjunto da administração civil e militar de Kherson, Kiril Stremousov, disse, em maio, que provavelmente haverá um "decreto baseado no apelo dos líderes da região ao Presidente russo e um pedido para incluir a região numa província de pleno direito da Federação Russa".
Stremousov excluiu um referendo sobre a criação de uma república popular na linha das autoproclamadas repúblicas de Lugansk e Donetsk, reconhecidas pela Rússia como estados independentes três dias antes da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Em 2014, a península ucraniana da Crimeia foi integrada na Rússia após um referendo realizado sob ocupação russa, que não foi reconhecido pela comunidade internacional.
A Ucrânia reclama a soberania sobre a Crimeia, mas o Governo de Moscovo tem afirmado que se trata de uma questão resolvida em definitivo.
"Quer gostem ou não, o futuro da Crimeia é para sempre com a Rússia", disse, em março, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russa, Maria Zakharova.
Ao anunciar a invasão da Ucrânia, considerada por Moscovo como uma "operação militar especial", o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que estava a responder a um pedido de ajuda das autoridades pó-russas de Donetsk e Lugansk.
A invasão destina-se também a "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia, segundo Putin.
A guerra na Ucrânia está em curso há mais de três meses, com um balanço por determinar, mas que diversas fontes, incluindo a ONU, admitem ser consideravelmente elevado.
A ONU confirmou a morte de mais de 4.200 civis desde o início da guerra, mas tem alertado que os números são substancialmente superiores por não ter acesso a muitas zonas da Ucrânia.
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