A morte destes cinco inocentes, um adulto e quatro menores, é uma tragédia absoluta, confidenciou Jason Clark, porta-voz do departamento de Justiça Criminal do Texas, estado norte-americano.

"Mas demos um suspiro de alívio, porque [Gonzalo] Lopez não fará mais vítimas", acrescentou o responsável em conferência de imprensa, citado pela agência France-Presse (AFP).

Gonzalo Lopez, de 46 anos, condenado a prisão perpétua por homicídio, em 2006, fugiu de uma carrinha prisional quando estava a ser levado para uma consulta médica.

Além de ter esfaqueado o motorista, Lopez é suspeito de ter assassinado, durante a fuga, uma família de cinco pessoas, numa cabana de fim de semana, escapando posteriormente num veículo que roubou no local.

A caça ao homem foi de grande escala, a maior da história recente deste Estado norte-americano do sul, embora o fugitivo tenha estado três semanas desaparecido.

Fisicamente, o homem encaixava no papel de "criminoso" numa série da Netflix: cabeça rapada, rosto quadrado de pugilista, peitorais salientes e tatuados.

O aspeto de alguém perigoso juntava-se às filiações conhecidas com a máfia mexicana e aos gangues prisionais ativos.

As condições da fuga de Gonzalo Lopez demonstraram uma determinação implacável.

Naquele dia, o condenado estava a ser transferido da sua prisão em Gatesville para outra prisão do Texas, em Huntsville, para uma consulta médica, numa viagem de cerca de 260 quilómetros feita de autocarro prisional, bem guardado por agentes armados.

Sendo um reincidente condenado, teve vigilância especial e, embora viajasse juntamente com outros 15 presos, foi colocado numa jaula de metal, com os pés e as mãos acorrentados.

As autoridades ainda não explicaram como Lopez conseguiu viajar com uma faca caseira, escondida no seu corpo, que permitiu livrar-se das algemas.

Mas adiantaram que o fugitivo cortou a divisória metálica da sua jaula, conseguiu passar para a cabine do motorista e obrigou este a parar o autocarro.

Fugitivo e motorista envolveram-se num confronto na estrada, com Lopez a esfaqueá-lo na mão e no peito, enquanto outro polícia armado saiu da parte de trás do autocarro para procurar neutralizar o detido.

No entanto, Lopez voltou para a cabine do motorista, assumiu o volante e deixou os dois guardas para trás, que dispararam e furaram um pneu traseiro, deixando a viatura difícil de manobrar.

Depois de um quilómetro, Gonzalo Lopez teve uma saída de estrada e acaba por abandonar o autocarro, deixando todos para trás e fugindo pela floresta.

A caça ao homem mobilizou desde o início recursos impressionantes e todas as forças policiais disponíveis, apoiadas por cães e helicópteros.

A fuga ocorreu numa região montanhosa, incluindo planícies, bosques e rios, a meio caminho entre Houston e Dallas.

Seguiram-se dias com cenas dignas de filmes do 'Faroeste', sem que as operações tivessem sucesso. A recompensa por informações que levassem à captura atingiram o valor de 50.000 dólares (cerca de 46.000 euros).

Após três semanas a polícia foi alertada por uma pessoa que não tinha notícias dos seus familiares e, numa habitação, foram encontrados cinco cadáveres, sendo que o carro da família, uma 'pick up', tinha desaparecido.

Foi precisamente ao volante de um Chevrolet que Lopez foi travado. A viatura foi vista em Jourdanton, a sul de San Antonio, e depois de uma perseguição, o fugitivo foi encurralado.

Com uma arma de assalto na mão e um revolver, Lopez abriu fogo sobre os polícias, mas falhou. Estes responderam e abateram-no.

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