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Exército do Kuwait autoriza mulheres no combate, mas sem armas

Segundo o Ministério da Defesa, as mulheres terão de ter autorização de um 'responsável' do sexo masculino para poderem empunhar armas.

Exército do Kuwait autoriza mulheres no combate, mas sem armas
Notícias ao Minuto

12:59 - 17/02/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Kuwait

O Kuwait autorizou que as mulheres ingressassem no exército, em lugares de combate, mas sem armas. Naquilo que as ativistas descrevem como “um passo à frente e dois para trás”, as mulheres terão de ter autorização de um ‘responsável’ masculino para poderem empunhar uma arma. Ao contrário da população em geral, serão também obrigadas a cobrir a cabeça.

“Não sei por que é que há estas restrições para ingressar no exército. Temos todo o tipo de mulheres a trabalhar em todas as áreas, incluindo nas forças policiais”, disse Ghadeer al-Khashti, professora de desporto e membro do comité feminino da Kuwait Football Association, à AFP.

A sua mãe terá ajudado a resistência durante a invasão do ditador iraquiano Saddam Hussein, em 1990, costumando “esconder armas por baixo da sua abaya”, o que, assegurou, era encorajado pelo companheiro.

“Não entendo com que base é que veem as mulheres como fracas”, complementou.

Recorde-se que, em outubro do ano passado, o Ministério da Defesa autorizou que as mulheres ocupassem lugares de combate, dando um passo atrás quando questionado pelo deputado conservador Hamdan al-Azmi. Servindo-se dos princípios religiosos do islamismo, este argumentou que ter mulheres em lugares de combate vai “contra a natureza da mulher”.

Lulwa Saleh al-Mulla, presidente da Women Cultural and Social Society, rematou que as restrições são discriminatórias e inconstitucionais, ameaçando ação legal contra a entidade.

“Temos mulheres mártires que defenderam o país pela sua própria vontade. Ninguém as obrigou, [sendo movidas] pelo amor pelo seu país. Somos um país muçulmano, é verdade, mas exigimos que as leis não sejam condicionadas [pelos princípios religiosos]. A liberdade individual está garantida na constituição, na qual as leis se baseiam”, defendeu.

O Kuwait é encarado como um dos países mais progressistas do Golfo Pérsico, onde as mulheres conseguiram o direito ao voto em 2005, tendo representação no governo desde então, ainda que limitada.

Leia Também: Dezenas de pessoas protestam no Kuwait após suspensão de retiro de ioga

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