Trump liga a Zemmour e diz-lhe para não ceder na sua mensagem
O candidato de extrema-direita francês tem feito uma campanha semelhante à do americano em 2016.
© Getty Images
Mundo Eleições França
As semelhanças entre Eric Zemmour e Donald Trump têm sido apontadas pelos média franceses desde que o francês se assumiu como o candidato de extrema-direita às eleições presidenciais de abril e a campanha de Zemmour não fez questão de afastar essas comparações.
Agora, o candidato teve finalmente a oportunidade de ouvir o que acha o bilionário da sua campanha, durante uma chamada realizada entre os dois, na segunda-feira.
Em entrevista à televisão France 2, citado pelo Le Figaro, o vice-presidente do partido Reconquête! (em português, Reconquista!), Guillaume Peltier, disse que Trump apoiou Zemmour e aconselhou-o a não ceder à pressão dos média na sua mensagem ultraconservadora.
"Não ceda, aguente firme e mantenha-se corajoso. É a tenacidade e a resistência que fazem o final de uma campanha valer a pena", terá dito o antigo presidente dos Estados Unidos da América.
Tal como Trump em 2016, Eric Zemmour tem feito uma campanha à base do ataque aos média e do enaltecimento dos valores tradicionais franceses. O nome do partido que fundou em novembro alude precisamente à icónica frase cunhada por Trump (mas originalmente dita por Reagan), "Make America Great Again", uma mensagem recriada por vários movimentos populistas de extrema-direita nos últimos anos.
Segundo o vice-presidente do seu partido, a chamada terá durado 40 minutos e a iniciativa de colocar os dois em conversa foi proposta várias vezes pela campanha do francês.
"O nosso dirigente de campanha para os franceses no estrangeiro entrou em contacto com o gabinete de Trump e propôs organizar um encontro físico ou por telefone. A equipa aceitou as duas opções, mas sendo uma deslocação á Flórida complicada, foi organizado o telefonema", disse Guillaume Peltier.
Zemmour tem-se posicionado nesta campanha ainda mais à direita que Marine Le Pen, a outra candidata presidencial conservadora, atacando especialmente a comunidade muçulmana.
O líder do Reconquête! é acusado constantemente de posturas xenofóbicas, já foi acusado na justiça por discurso de ódio contra crianças refugiadas, sugeriu banir o nome Mohammed, disse que os muçulmanos deviam restringir a sua expressão de fé ao nível individual e em casa, e numa feira chegou a apontar numa brincadeira uma arma semiautomática aos jornalistas.
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