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ONU alerta sobre redução "drástica" da ajuda alimentar ao Iémen

As Nações Unidas disseram hoje que foram "forçadas" a reduzir a ajuda humanitária ao Iémen por falta dos fundos necessários, tratando-se de uma "medida desesperada" numa altura em que a fome se agrava no país em estado de guerra.

ONU alerta sobre redução "drástica" da ajuda alimentar ao Iémen
Notícias ao Minuto

11:39 - 22/12/21 por Lusa

Mundo Iémen

O Iémen, o país mais pobre da Península Arábica, está devastado por um conflito com sete anos entre os rebeldes houthis, apoiados pelo Irão, e pelas forças governamentais, que contam com a ajuda da Arábia Saudita.

"O Programa Alimentar Mundial (PAM) é obrigado a reduzir a ajuda humanitária ao Iémen", disse aquele organismo das Nações Unidas (ONU) em comunicado, alertando para o impacto da medida "numa altura em que a situação de fome aumenta".

O PAM tem "falta de fundos necessários para continuar a fornecer ajuda humanitária (direta) a 13 milhões de pessoas no Iémen", referiu.

Segundo a nota, "a partir de janeiro, oito milhões de pessoas vão receber uma ração alimentar reduzida e os cinco milhões que correm o risco de fome vão continuar a receber uma ração completa". 

Quase 80% dos 30 milhões de habitantes do Iémen dependem da ajuda humanitária internacional.

Em virtude dos cortes, "as famílias vão receber apenas metade da ração mínima diária", disse o PAM, alertando para a possibilidade de "reduções ainda mais drásticas" devido à falta de financiamento: "As pessoas podem ficar completamente excluídas dos programas de ajuda alimentar."

A agência da ONU estima que a maior parte da população do Iémen esteja exposta a uma situação de "fome aguda" e que a maioria das crianças com menos de cinco anos de idade (2,3 milhões) corra o risco de malnutrição. 

O PAM diz que precisa de 813 milhões de dólares (721 milhões de euros) "para continuar a apoiar os mais vulneráveis no Iémen" até ao próximo mês de maio.

O organismo refere que em 2022 vão ser necessários 1,97 mil milhões de dólares (1,74 mil milhões de euros) para que possa continuar a ser fornecida ajuda alimentar às famílias em situação de fome. 

Em março, a ONU, a Suécia e a Suíça organizaram uma conferência de doadores em que participaram mais de uma centena de países para reunir metade dos fundos necessários para a ajuda humanitária ao Iémen. 

O objetivo das Nações Unidas era aumentar a ajuda para 3,85 mil milhões de dólares (3,4 mil milhões de euros), mas só se conseguiu reunir 1,7 mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros).

Corine Fleischer, diretora regional do PAM para o Médio Oriente e Norte de África, disse que se trata de uma "medida desesperada" provocada por uma "situação desesperada".

Os "recursos limitados" da agência devem ser destinados prioritariamente "às pessoas que se encontram em circunstâncias mais críticas".

"As reservas alimentares do PAM no Iémen são perigosamente baixas", disse a responsável no comunicado.

"Nós precisamos desesperadamente de doadores, que foram muito generosos no passado, e que trabalhem com o PAM para evitar uma catástrofe alimentar iminente", acrescentou. 

Os avisos do PAM são divulgados após o anúncio do encerramento do aeroporto de Sana, capital controlada pelos rebeldes, onde eram permitidos os voos de caráter humanitário.

O encerramento foi provocado pelos ataques aéreos da Arábia Saudita.

Após a conquista da capital em 2014, os houthis passaram a controlar a maior parte do norte do Iémen, apesar da intervenção militar da coligação militar internacional comandada pela Arábia Saudita.

De acordo com os dados da ONU, a guerra provocou a morte a 377 mil pessoas, sendo que 227 mil pessoas foram vítimas das consequências indiretas do conflito, em particular a fome, doenças e a falta de acesso a água potável. 

Leia Também: Aeroporto de Sana encerrado aos voos humanitários devido a ataques aéreos

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