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Nyusi diz que Ruanda não "pediu recompensa" pelo apoio militar

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, assegurou hoje que o Ruanda não "pediu uma recompensa" pelo envio de um contingente militar para o combate aos grupos armados que atuam no norte do país, assinalando que o terrorismo é preocupação global.

Nyusi diz que Ruanda não "pediu recompensa" pelo apoio militar
Notícias ao Minuto

10:45 - 16/12/21 por Lusa

Mundo Moçambique/Ataques

"Ninguém pediu uma recompensa por estar a defender A ou B, nesta luta contra o terrorismo não há estrangeiro", disse Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava na Assembleia da República sobre a situação geral da nação.

Os principais partidos da oposição moçambicana têm exigido pormenores sobre a presença de um efetivo militar do Ruanda, nomeadamente o acordo que rege a missão.

No seu discurso no parlamento, Filipe Nyusi enfatizou que o destacamento de militares ruandeses em Moçambique não implica contrapartidas e é parte de um acordo de cooperação na área da defesa e segurança.

"Celebrámos um memorando de entendimento bilateral no âmbito da segurança. A participação do Ruanda traduz um compromisso com a solidariedade e defesa de uma causa nobre e comum, esse esforço não tem preço", destacou o chefe de Estado.

O Presidente moçambicano avançou que o acordo sobre a presença militar do Ruanda na luta contra os grupos armados em Cabo Delgado é regido por cláusulas de sigilo, considerando "normal no mundo" esse tipo de condicionalismos.

O apoio militar estrangeiro, referiu, tem ajudado a travar a matança de civis e destruição de património público e privado por grupos armados.

"Trata-se de evitar a decapitação de pessoas, o Ruanda encontra-se a dar a vida dos seus próprios filhos, esse sacrifício só pode merecer respeito e carinho", frisou.

Filipe Nyusi referiu-se igualmente à presença da missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), observando que a intervenção acontece ao abrigo de pactos de defesa e segurança mútua entre os Estados da região.

"O mandato é ajudar as Forças de Defesa e Segurança [moçambicanas] no terreno e permitir a retoma da normalidade. Todas estas forças devem ser saudadas e acarinhadas", frisou.

Na primeira parte do capítulo sobre a luta contra o terrorismo no texto sobre a situação geral da nação, o chefe de Estado afirmou que a ofensiva "conjunta e combinada" das forças militares moçambicanas, do Ruanda e da SADC resultou na morte de 200 combatentes de grupos armados e a captura de 245, bem como a captura de diverso material bélico, acrescentou.

Filipe Nyusi assinalou que entre os que foram "colocados fora de combate incluem-se comandantes e ideológicos extremistas" dos grupos armados, referindo que os ataques reduziram de 160 em 2020 para 52 este ano, como resultado da pressão militar.

"Fomos capazes não só de conter, mas de reduzir em três vezes as ações terroristas", continuou o chefe de Estado.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Leia Também: Presidente moçambicano fala hoje no parlamento sobre o estado da nação

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