"Para conter a violência política que testemunhámos nos últimos dois dias, autorizei o Exército da Zâmbia, a Força Aérea da Zâmbia e o Serviço Nacional da Zâmbia a ajudar a polícia da Zâmbia a lidar com a situação de segurança", disse Edgar Lungu, citado pela agência AFP.
Os focos de violência foram registados na capital Lusaka e noutras províncias onde apoiantes da Frente Patriótica (PF, na sigla em inglês) e do Partido Unido para o Desenvolvimento Nacional (UPND) entraram em confrontos.
Embora a Comissão Eleitoral tenha proibido as reuniões devido à pandemia de covid-19, os confrontos entre partidos políticos rivais continuaram devido ao número insuficiente de forças policiais.
"A manutenção da ordem pública é uma tarefa diária da polícia, mas às vezes precisa da ajuda de outros serviços de segurança", indicou o Presidente da Zâmbia.
Num relatório publicado no final de junho, a Amnistia Internacional alertou para a repressão "brutal" de qualquer opinião dissidente liderada pelo Presidente da Zâmbia que, segundo esta organização não governamental (ONG), ameaça o desenvolvimento das eleições presidenciais, num país onde "os direitos humanos estão em crise ".
O atual Presidente da Zâmbia, de 64 anos, é candidato a um segundo mandato, após ter sido eleito em 2016, na sequência de uma votação cujos resultados foram contestados pela oposição.
O principal opositor de Edgar Lungu é Hakainde Hichilema, que foi preso várias vezes desde que começou a disputar a presidência.
A Zâmbia é um país pequeno, pobre e sem litoral no sul de África, com uma população de 17 milhões, e que se encontra em dificuldades financeiras, com uma dívida externa estimada em cerca de 10 mil milhões de euros.
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