Num documento datado de 28 de maio e hoje tornado público, o juiz Carmel Agius ordenou a transferência de Ngirabatware para o Senegal "para cumprir a sua sentença, logo que possível, após a sentença ser proferida" noutro caso.
Neste caso separado, Ngirabatware e três dos seus familiares foram condenados, em 25 de junho, por tentarem subornar e intimidar testemunhas, a fim de anular a condenação por genocídio contra o antigo ministro.
Nascido em 1957, em Nyamyumba, Ngirabatware é genro do empresário Félicien Kabuga, que foi acusado de ser o financiador do genocídio e preso em maio de 2020, perto de Paris.
Ministro do Planeamento na altura do genocídio, que matou 800.000 pessoas, de acordo com a ONU, principalmente membros da minoria tutsi e hutus moderados, Augustin Ngirabatware foi condenado em recurso, em 2014, pelo Tribunal Penal Internacional para o Ruanda (TPIR), por genocídio e incitação à prática de genocídio na sua comuna de Nyamyumba (noroeste).
A condenação foi confirmada em 2019, após uma revisão do seu julgamento e perante o Mecanismo dos Tribunais Penais Internacionais (MTPI), que substituiu o TPIR.
Doutorado em Economia, formado na Suíça, Ngirabatware fugiu do Ruanda em julho de 1994. Tinha trabalhado em institutos de investigação no Gabão e em França, antes de ser preso na Alemanha em 2007 e transferido para o TPIR um ano mais tarde.
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