Nuclear: Irão "analisa" extensão de acordo com AIEA
Teerão "está a analisar" a possibilidade de prolongar um acordo permitindo à ONU continuar a vigiar algumas das suas atividades nucleares, declarou hoje o porta-voz do governo iraniano, Ali Rabii.
© Reuters
Mundo ONU
Aplicando uma lei aprovada em dezembro, o Irão restringiu em fevereiro o acesso dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), a "polícia" do nuclear da ONU, a algumas das suas instalações nucleares.
Desde então a República Islâmica recusa fornecer em tempo real as gravações das câmaras e outros instrumentos de vigilância que a agência da ONU instalou nesses locais.
A AIEA e Teerão negociaram, no entanto, um acordo permitindo garantir um certo grau de vigilância do programa nuclear iraniano: os equipamentos de controlo continuam sob guarda da agência, enquanto os dados estão na posse do Irão e não podem ser apagados enquanto a adaptação estiver em vigor.
Acordado por três meses, o compromisso foi prolongado mais um mês e terminou a 24 de junho. Desde esta data a AIEA tem instado Teerão a informá-la das suas intenções.
Numa conferência de imprensa em Teerão, Rabii disse hoje que em relação ao acordo com a AIEA a República Islâmica "está a analisar a necessidade (de o renovar) e qualquer outra possibilidade", sem dar mais pormenores.
Na segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano indicou que não tinha sido tomada "qualquer decisão" sobre a supressão ou conservação dos dados gravados.
A questão das câmaras de vigilância da AIEA insere-se no quadro mais vasto das negociações em curso para tentar salvar o acordo internacional sobre o nuclear iraniano assinado em Viena em 2015.
Este pacto beneficia Teerão com um alívio das sanções internacionais em troca do seu compromisso de não tentar obter a arma atómica e de uma redução drástica do seu programa nuclear, que ficou sob controlo rigoroso da ONU.
Mas o acordo foi torpedeado em 2018 pela decisão do ex-Presidente norte-americano, Donald Trump, de se retirar do mesmo e restabelecer as sanções norte-americanas. Em resposta, o Irão deixou de cumprir a maioria dos principais compromissos que limitam as suas atividades nucleares.
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