Ataque de Solhan no Burkina Faso levou à fuga de 3.300 pessoas

Cerca de 3.300 pessoas foram forçadas a fugir de um ataque à aldeia de Solhan, no nordeste do Burkina Faso, anunciou hoje o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, que condenou com veemência o massacre.

Burkina Faso mapa

© iStock

Lusa
08/06/2021 11:35 ‧ 08/06/2021 por Lusa

Mundo

ACNUR

 

O ACNUR estima que o número de mortos no ataque da passada sexta-feira ascenda a 138 pessoas (fontes locais apontaram para 160 em declarações à AFP), naquele que é o ataque mais mortal no país desde 2015, levado a cabo, alegadamente, por radicais islâmicos.

"Quase 40 pessoas foram gravemente feridas e transportadas para hospitais na região e para a capital, Ouagadougou", afirmou Babar Baloch, porta-voz do ACNUR, numa conferência de imprensa da ONU em Genebra.

"Temendo pelas suas vidas, 3.300 pessoas fugiram para aldeias perto de Sebba e Sampelga, incluindo mais de 2.000 crianças e mais de 500 mulheres", disse ainda Baloch.

Estas pessoas "chegaram com poucos ou nenhuns bens" e a maioria tem sido "generosamente acolhida por famílias locais, que partilham o pouco que têm", acrescentou a fonte.

O porta-voz afirmou que o ACNUR e organizações parceiras no terreno, em colaboração com as autoridades locais, estão a criar 200 abrigos e a prestar assistência aos deslocados, mas "são necessários mais recursos para aumentar a assistência".

O ACNUR recordou que o massacre ocorreu apenas semanas depois de homens armados terem visado um comboio de veículos do alto-comissariado e de parceiros locais na estrada que liga a cidade de Dori ao campo de Goudoubo, que abriga 12.200 refugiados e requerentes de asilo do Mali.

Embora ninguém tenha sido ferido no ataque, o incidente revela que a presença de grupos armados em diferentes áreas na região torna a distribuição da ajuda humanitária cada vez mais perigosa.

Solhan é uma pequena cidade a cerca de 15 quilómetros de Sebba, a capital da província de Yagha - próxima das fronteiras com o Mali e o Níger -, que nos últimos anos tem sido palco de numerosos ataques atribuídos a 'jihadistas' ligados à Al-Qaida e ao Estado Islâmico.

O ataque em Solhan no passado dia 04 assemelha-se a outro, na mesma sexta-feira, à noite, numa aldeia da mesma região, Tadaryat, no qual pelo menos 14 pessoas foram mortas.

A espiral de violência 'jihadista' no Burkina Faso fez mais de 1.400 mortos desde 2015 e deslocou mais de um milhão de pessoas.

Leia Também: Líder da oposição do Burkina Faso pede melhores serviços de informações

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