Líder da oposição do Burkina Faso pede melhores serviços de informações

O líder da oposição do Burkina Faso, Eddie Komboïgo, afirmou hoje que é necessário investir nos serviços de informações para combater o terrorismo na região africana do Sahel, palco de ataques regulares.

Eddie Komboïgo

© Getty

Lusa
08/06/2021 09:38 ‧ 08/06/2021 por Lusa

Mundo

Terrorismo

 

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"Tivemos um ataque no sábado e perdemos mais de 150 pessoas lá. Estamos muito entristecidos com isso. Espero que possamos desenvolver uma relação com a União Africana, União Europeia e Nações Unidas para entender o que se anda a passar", afirmou o líder da oposição, que considera que o que se está a passar no norte do Burkina Faso é prejudicial para os direitos humanos.

Em entrevista à Lusa, em Lisboa, Komboïgo, presidente do Congresso para a Democracia e o Progresso (CDP, em francês), o segundo maior partido na Assembleia Nacional, recordou o Regimento da Segurança Presidencial (RSP) durante a presidência do antigo chefe de Estado Blaise Compaoré.

De acordo com o opositor, o aumento da violência no Burkina Faso é explicado pelos eventos que se seguiram ao afastamento de Compaoré, em 2014, e ao golpe de Estado de 2015, liderado pelo RSP e que resultou na queda dos então Presidente de transição, Michel Kafando, e do primeiro-ministro, Yacouba Isaac Zida.

Após o golpe de Estado, que foi frustrado pelo Exército, o RSP, que atuava como uma guarda pretoriana de Compaoré, foi dissolvido, com alguns dos membros a serem integrados nas Forças Armadas e outros, como o seu líder Gilbert Diendéré, sentenciados a penas de prisão.

Para Komboïgo, a dissolução desta força acabou por prejudicar a segurança interna do Burkina Faso, uma vez que o RSP tinha um trabalho de compilação de informações.

"Quando pararam o RSP, este era quem liderava a investigação, por isso quando pararam o RSP, pararam tudo", afirmou o líder do CDP.

"Os serviços de informações e de investigação têm de estar operacionais", sublinhou Komboïgo.

O líder da oposição acredita que um reagrupamento do RSP "pode ser uma das soluções" para combater a violência terrorista no Burkina Faso.

Komboïgo defendeu ainda que a iniciativa para combater a violência deve partir de dentro das estruturas do país.

"Ninguém te pode defender melhor que tu próprio", concluiu.

O Burkina Faso é alvo do flagelo do 'jihadismo' desde abril de 2015, quando membros de um grupo filiado na Al-Qaida raptaram um segurança romeno -- que continua desaparecido -- numa mina de manganês em Tambao, no norte do país.

A região mais afetada pela insegurança é a do Sahel, que partilha a fronteira com Mali e Níger, embora a violência se tenha estendido às vizinhas do Centro-Norte e a do Este.

Os atos terroristas são regularmente atribuídos ao grupo local Ansarul Islam, à coligação 'jihadista' do Sahel Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos e ao grupo Estado Islâmico no Grande Saara, que atacam também nos vizinhos Mali e Níger.

O país conta com mais de um milhão de deslocados, sendo uma das crises de deslocados de crescimento mais rápido no mundo.

Komboïgo encontra-se atualmente a realizar uma visita por vários Estados europeus, devendo, após Lisboa, visitar Madrid, Paris e Bruxelas.

Na segunda-feira, Komboïgo reuniu-se com o enviado especial de Portugal ao Sahel, o embaixador José Moreira da Cunha, devendo hoje encontrar-se com deputados da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas da Assembleia da República.

Leia Também: Número de mortos em ataque no Burkina Faso sobe para 160

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