Texas. "Água rodopiou à volta de cabana, como se fosse um autoclismo"

Testemunhas da tragédia no Texas relataram aquilo que viram quando o nível da água subiu de forma repentina. Muitos dizem que nunca tinham visto nada assim.

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© Getty Images/RONALDO SCHEMIDT/AFP

Andrea Pinto
07/07/2025 13:00 ‧ há 4 horas por Andrea Pinto

Mundo

Texas

Testemunhas das inundações no Texas recordaram ao Washington Post muitas das imagens que presenciaram, à medida que o nível da água do rio Guadalupe aumentava de forma repentina, apanhando muitos desprevenidos.

 

Os relatos chegam através de vários moradores locais e permitem perceber os acontecimentos trágicos que assolaram esta região norte-americana na sexta-feira.

Recorde-se que até ao momento estão confirmados 82 mortos, entre os quais 28 crianças. Há ainda dezenas de desaparecidos e a promessa de que as buscas só terminam quando todos tiverem sido encontrados.

Inundações no Texas já fizeram 82 mortos (incluindo 28 crianças)

Inundações no Texas já fizeram 82 mortos (incluindo 28 crianças)

O nível das água do rio Guadalupe, no Texas, EUA, aumentou oito metros em 45 minutos, apanhando muitos desprevenidos. O número de mortos continuam a aumentar, estando confirmados, até ao momento, 82 mortos.

Notícias ao Minuto com Lusa | 08:26 - 07/07/2025

Relatos da tragédia no local

Junto às margens do rio Guadalupe realizava-se um acampamento de férias para meninas católicas. As crianças terão sido apanhadas desprevenidas e enquanto muitas conseguiram procurar abrigo no cimo de telhados ou árvores, muitos adultos relatam que se aperceberam que algo não estava bem na cabana onde dormiam as meninas mais novas.

Segundo estes, a água vinha em dois sentidos quando embateu contra a cabana. "Fez uma espécie de rodopio à volta da canana, como se fosse uma descarga de autoclismo", afirmou Craig Althaus, um funcionário do campo há já 25 anos.

Notícias ao Minuto Mystic Camp© Getty Images/RONALDO SCHEMIDT/AFP  

Recorde-se que cinco meninas de 8 e 9 anos morreram e mais de uma dezena estão ainda desaparecidas. O responsável pelo acampamento também não sobreviveu.

As meninas dormiam e preparavam-.se para aquilo que seria um dia único - o dia em que iam assinalar o 100.º aniversário do acampamento.

David nunca viu nada assim "em 40 anos"

Outros relatos vêm pela voz de moradores locais. Thomas Rux, de 65 anos, diz que acordou com o som de algo a bater-lhe na porta. O homem decidiu abandonar a sua casa pelas 4h30 da madrugada e abrigou-se num empreendimento comercial mais elevado de onde assistiu à subida repentina da água e à forma como a sua casa foi levada pela força da corrente.

"Recebi uma chamada do serviço de segurança da casa a alertar-me para algo anormal", recorda, referindo que foi o próprio a informar que a casa estava a mover-se devido a uma tempestade.

Já Collene Lucas saiu do trabalho às 5h e dirigiu-se para casa, onde iria ter com o marido. Habituada a tempestades, a mulher não pensou que desta vez fosse muito diferente, até que a carrinha onde seguia foi levada pela água, sem que esta conseguisse controlar a direção da viatura. O seu marido, David Lucas, de 73 anos, estava a dormir quando o telefone tocou e este se apercebeu do que estava a passar.

"Vivo aqui há cerca de 40 anos e nunca vi nada assim", afirma o homem. 

Recorde-se que 850 pessoas foram resgatas nas 36 horas seguintes à tragédia. Entre as pessoas salvas, destaque para uma menina que conseguiu sobreviver horas em cima de um colchão à deriva,  reporta o The Washington Post.

Buscas continuam e há perigo de novas chuvas

As equipas de resgate continuam as buscas pelos desaparecidos. O xerife Larry Leitha prometeu continuar as buscas até que "todos sejam encontrados".

As cheias repentinas foram provocadas por chuvas torrenciais na parte central do estado na manhã de sexta-feira, Dia da Independência, que fizeram o rio Guadalupe subir oito metros em apenas 45 minutos. De repente, caíram quase 300 milímetros de chuva por hora, um terço da precipitação média anual.

O governador alertou no domingo que novos períodos de chuvas fortes até terça-feira poderiam causar mais inundações fatais, especialmente em locais já saturados.

Leia Também: Jornalista recorda que fez parte de acampamento onde morreram 5 meninas

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