Governo e talibãs reúnem-se no Qatar para "acelerar" negociações de paz
Os negociadores do Governo afegão e membros da direção do movimento talibã reencontraram-se hoje no Qatar para abordar as conversações de paz no Afeganistão, suspensas há vários meses, anunciaram responsáveis das duas partes.
© Reuters
Mundo Afeganistão
"Hoje decorreu uma reunião em Doha entre as delegações das duas partes em negociação", que "insistiram na aceleração das discussões sobre a paz", indicaram numa mensagem na rede social Twitter os representantes das autoridades de Cabul, no segundo dia de um cessar-fogo provisório concluído com os insurgentes.
"As duas partes chegaram a acordo para prosseguir as conversações" após o Aid el-Fitr, a festa muçulmana que assinala o fim do mês de jejum do Ramadão, indicaram por sua vez os talibãs, também em mensagem no Twitter.
As negociações iniciaram-se em setembro passado no Qatar, mas foram interrompidas devido a divergência sobre o processo e acusações mútuas.
Em paralelo, foi decretado um cessar-fogo de três dias a partir de quinta-feira pelo Aid el-Fitr, e os militares norte-americanos anunciaram hoje ter "transferido para as forças afegãs o controlo da base aérea de Kandahar", uma das mais importantes do Afeganistão.
Esta decisão insere-se no processo de retirada dos contingentes militares dos Estados Unidos e de outros países da NATO ainda presentes no território afegão, e que deve ficar concluída em 11 de setembro, no 20.º aniversário dos atentados de 2001.
Desde 01 de maio, a data inicialmente agendada para retirada dos 2.500 soldados dos EUA ainda presentes no Afeganistão -- na sequência de um acordo firmado durante a ex-presidência de Donald Trump, antes da chegada ao poder de Joe Biden --, o país assiste a um recrudescimento da violência.
Um atentado à bomba provocou hoje pelo menos 12 mortos numa mesquita dos arredores de Cabul.
Em 08 de maio, mais de 50 pessoas foram mortas e cerca de uma centena ficaram feridas num bairro hazara xiita do oeste da capital, numa série de atentados bombistas junto a uma escola feminina.
Este foi o atentado mais mortífero dos últimos 12 meses.
As autoridades afegãs acusara os talibãs de responsabilidade pelo ataque, negado pela liderança dos insurgentes.
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