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Myanmar: Suu Kyi vai estar em tribunal no dia 24

A antiga líder birmanesa Aung San Suu Kyi, acusada de vários crimes após o golpe militar de 1 de fevereiro, comparecerá pela primeira vez pessoalmente diante de um juiz em 24 de maio, anunciou hoje a justiça birmanesa.

Myanmar: Suu Kyi vai estar em tribunal no dia 24
Notícias ao Minuto

09:59 - 10/05/21 por Lusa

Mundo Myanmar

Durante a audiência realizada hoje, o juiz destacou que o Supremo Tribunal de Myanmar (ex-Birmânia) decidiu que as intervenções não podem ser realizadas por videoconferência, como tem sido feito até agora, declarou Khin Maung Zaw, um dos advogados da líder birmanesa, à agência de notícia EFE.

A audiência será realizada num tribunal especial que será instalado próximo da residência oficial de Suu Kyi, na capital de Myanmar, Naypyidaw, onde a líder está em prisão domiciliária desde que os militares assumiram o poder.

O Presidente deposto, Win Myint, e o ex-presidente do Conselho de Naypyidaw, Myo Aung, também detidos pela junta militar, comparecerão presencialmente no mesmo dia no tribunal.

Segundo o advogado, os três compareceram hoje, aparentemente de boa saúde, em videoconferência durante a audiência no tribunal.

Suu Kyi voltou a pedir para se encontrar com os seus advogados, o que não tem podido fazer desde que foi detida.

Os polícias presentes na sala indicaram que ainda não receberam instruções dos seus superiores, mas o advogado garantiu que a reunião acontecerá no dia anterior à audiência presencial.

Suu Kyi, de 75 anos, enfrenta cinco acusações no tribunal de Naypyidaw, incluindo a suposta importação ilegal de dispositivos eletrónicos e a violação das normas impostas devido à covid-19.

É ainda acusada de causar o alarme e incitar crimes contra o Estado e a ordem pública.

Além disso, a ex-líder foi formalmente acusada num tribunal de Rangum de violar a Lei de Segredos Oficiais, a acusação mais grave, que acarreta uma pena máxima de 14 anos de prisão.

As acusações foram fortemente rejeitadas pelos advogados de Suu Kyi, que passou um total de 15 anos em prisão domiciliária durante a junta militar anterior (1988-2011).

A líder deposta também foi acusada de corrupção, mas as acusações ainda não foram levadas a tribunal.

O processo contra Suu Kyi e outros membros do Governo eleito está a decorrer enquanto nas ruas se multiplicam os protestos e um movimento de desobediência civil que foram violentamente reprimidos pelas forças de segurança, que causaram pelo menos 780 mortes e detiveram mais de 3.800 pessoas.

O exército birmanês justifica o golpe com uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro passado, nas quais o partido de Suu Kyi foi o vencedor, como aconteceu em 2015, e que foram consideradas legítimas por observadores internacionais.

Leia Também: Junta militar diz que Governo de Unidade Nacional é grupo terrorista

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