Ilhas de Bijagós poderão integrar lista do Património Mundial

As ilhas dos Bijagós estão a poucos dias de poder integrar a lista do Património da Humanidade, naquela que será uma conquista histórica para a Guiné-Bissau, com o primeiro sítio reconhecido com o estatuto mundial.

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Lusa
06/07/2025 08:17 ‧ há 9 horas por Lusa

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Guiné-Bissau

As ilhas consideradas um tesouro natural e cultural fazem parte da lista de 32 sítios de todo o mundo candidatos a Património Mundial, que vão conhecer a decisão da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, a 11 de julho, em França.

 

A 47.ª reunião do Comité do Património Mundial decorre entre hoje e 16 de julho, na sede da UNESCO em Paris, França, e a decisão sobre as candidaturas de sítios que desejam ser reconhecidos como Património Mundial está marcada para 11 de julho, de acordo com o programa provisório divulgado pela organização.

"Se o Arquipélago dos Bijagós for reconhecido como Património Mundial Natural pela UNESCO, será uma conquista histórica para a Guiné-Bissau e para o povo Bijagó", segundo o Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), o organismo público guineense que coordenou a candidatura.

O arquipélago na costa ocidental de África é uma parte do território marinho e costeiro da Guiné-Bissau, composto por 88 ilhas e ilhéus, com uma extensão de 2,6 quilómetros quadrados, onde vivem, nas 23 ilhas habitadas, cerca de 33 mil dos dois milhões de habitantes da Guiné-Bissau.

As ilhas Bijagós já conquistaram várias distinções, também da UNESCO, concretamente Reserva da Biosfera, em 1996, Don a Terra, em 2001, e Sítio RAMSAR, em 2014, pela importância desta zona húmida a nível internacional.

Há mais de uma década, a Guiné-Bissau tentou elevar as ilhas a Património Mundial, mas a candidatura foi rejeitada.

Em fevereiro deste ano, foi entrega nova candidatura, que recebeu, no final de maio, parecer favorável para análise e decisão sobre a inclusão das exóticas ilhas da Guiné Bissau na lista UNESCO, do Comité de Avaliação da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

A poucos dias da decisão final, o IBAP pede a união de todos os guineenses "em apoio a este marco importante" e assegura que "o estatuto de Património Mundial não impede o desenvolvimento".

"Pelo contrário, promove um modelo sustentável que respeita o ambiente, os direitos das comunidades e os saberes tradicionais, abrindo portas ao turismo responsável, à educação e ao financiamento internacional", defende.

A candidatura do "Ecossistema Marinho e Costeiro do Arquipélago dos Bijagós -- OMATÍ MINHÕ" não abrange todas as ilhas, concentra o propósito da elevação a Património Mundial em três que são parques naturais, concretamente o Parque Natural das Ilhas de Orango, o Parque Nacional Marinho João Vieira e Poilão e a Área Marinha Protegida Comunitária das Ilhas Urok e a ligação entre esses três parques.

A diretora-geral do IPAB, Aissa Regalla de Barros, explicou à Lusa, na preparação do processo, que as restantes ilhas representam a zona tampão do bem candidato à UNESCO, que reconheceu o conjunto dos Bijagós como Reserva Mundial da Biosfera em 1996.

Os responsáveis guineenses querem conquistar o estatuto de Património Mundial concentrando-se na zona mais relevante do ponto de vista da biodiversidade nas ilhas e ilhéus onde desovam tartarugas, habitam hipopótamos e se alimentam aves migratórias.

Esta candidatura a Património Mundial é, segundo disse, "muito mais robusta" que a indeferida em 2013. 

Foram trabalhadas as 12 recomendações anteriores da UNESCO em relação ao limite do bem candidato, ao estatuto jurídico, à governação, ao desenvolvimento de outros setores e das ameaças, assim como ao envolvimento de todas as estruturas guineenses no processo de elaboração do dossiê.

Os três parques naturais abrangidos são apontados como "a parte central da biodiversidade", como "zonas que permitem uma grande produtividade, que têm impactos além-fronteira".

Servem de "zona de alimentação para as aves que vêm de longe, às comunidades, às pescas", e permitem "a reprodução de um ciclo importante da biodiversidade ameaçada, como as tartarugas marinhas, tubarões e raias".

Estão, também, na rota migratória de aves do Atlântico Leste.

Leia Também: Património Mundial pela UNESCO? Parque de Maputo está "otimista"

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