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Burocracia provoca atrasos em cremações em Roma. Protestos nas ruas

Representantes do setor funerário protestaram hoje em Roma para denunciar a lentidão burocrática que está a provocar graves atrasos nas cremações na capital italiana, onde, segundo os profissionais, cerca de dois mil caixões aguardam, alguns há meses, pelo procedimento.

Burocracia provoca atrasos em cremações em Roma. Protestos nas ruas
Notícias ao Minuto

16:58 - 16/04/21 por Lusa

Mundo Itália

"Apelamos à presidente da Câmara de Roma [Virginia Raggi] para que ponha fim aos atuais procedimentos para a obtenção das autorizações necessárias para a cremação", afirmou o secretário-geral da Federação italiana dos agentes funerários, Giovanni Caccioli, em declarações à agência noticiosa France-Presse (AFP) durante o protesto realizado nas imediações da autarquia romana.

De acordo com o representante, Roma regista anualmente entre 15 mil e 18 mil pedidos para cremações, um processo que se revela "tortuoso" para as famílias porque têm de pedir licenças a várias entidades, nomeadamente à administração do cemitério, à empresa municipal Ama (que gere os cemitérios) e ao governo civil.

Um "caminho" cheio de obstáculos que, segundo frisou o representante, tornou-se ainda mais difícil por causa da pandemia da doença covid-19, que aumentou o número de óbitos e limitou o acesso aos serviços municipais.

"Esta é uma situação absurda que prolonga os atrasos na obtenção" dos documentos, denunciou Giovanni Caccioli, rodeado por outros profissionais do setor que exibiam coroas fúnebres adornadas com a inscrição "Perdoe-nos, mas não podemos enterrar os vossos entes queridos".

"Tudo é feito à moda antiga" e demora em média "entre 35 e 40 dias", prosseguiu o agente funerário, salientando a gravidade da situação, "que não pode continuar", para uma família que acaba de sofrer uma perda.

Para Giovanni Caccioli, a autorização para a cremação devia ser dada, no máximo, em um ou dois dias, referindo que isso já acontece em outros municípios italianos.

Outro participante no protesto, Maurizio Tersini, gerente de uma agência funerária, estimou que existem cerca de 1.800 caixões na lista de espera para a cremação na capital italiana e que estão a aguardar o procedimento em depósitos refrigerados.

"Para nós, é um grande sofrimento em relação às famílias", disse ainda Maurizio Tersini.

Também em declarações à AFP, Lorella Pesaresi, que ficou viúva em janeiro passado, relatou que espera há três meses pela cremação do corpo do marido, que andava em tratamento de quimioterapia e testou positivo à Covid-19.

"Nada foi feito ainda (...) Não é justo: a Covid-19 e ainda por cima isto", disse, em tom de desabafo, Lorella Pesaresi, citada pela agência francesa.

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