Moçambique: Australiana RBR sem contacto com pessoal subcontratado

A empresa australiana RBR afirmou hoje não ter conhecimento de baixas entre o seu pessoal nos ataques terroristas da semana passada em Palma, na província moçambicana de Cabo Delgado, mas que perdeu contacto com trabalhadores subcontratados.

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Lusa
31/03/2021 06:15 ‧ 31/03/2021 por Lusa

Mundo

Ataques

 

Em comunicado hoje divulgado, a empresa da área da formação e gestão refere que "não foi capaz de determinar o bem-estar da equipa de subcontratados" que estavam no campo de acomodação Wentworth aquando dos ataques em Palma, que tiveram início na quarta-feira da semana passada.

"A comunicação na área é quase inexistente, com exceção dos telefones via satélite. Isso está a prejudicar significativamente os esforços para localizar pessoas e fornecer assistência", adianta.

A RBR refere que "tanto quanto é do seu conhecimento, estão localizados e em segurança" os trabalhadores do seu quadro, bem como o diretor-geral da empresa local Projectos Dinamicos Lda, detida em 50% pelo grupo australiano através da Futuro Skills, o gerente e outros funcionários. 

A RBR é subcontratada da CCS, um consórcio entre as multinacionais McDermott, Saipem e Chiyoda, que presta serviços à Total, operadora da Área 1 do gás natural em Cabo Delgado. 

Um familiar do diretor-geral da empresa Projectos Dinamicos Lda morreu no ataque, a 26 de março, adianta a empresa.

Centenas de trabalhadores foram retirados de Palma nos últimos dias, caso da construtora portuguesa Construções Gabriel Couto, envolvida em duas empreitadas no projeto da Total em Palma, segundo disse hoje à Lusa fonte da empresa.  

Os 20 trabalhadores estavam a preparar as condições para o regresso às obras em Afungi de cerca de 250 colegas, depois de as duas empreitadas terem sido interrompidas na sequência de um anterior ataque, em janeiro, à aldeia de reassentamento das comunidades retiradas da zona de construção do empreendimento de gás da Total, perto do perímetro de segurança do empreendimento da multinacional francesa.

Na altura, a Total e todas as empresas envolvidas no empreendimento em Palma reduziram significativamente o seu pessoal, mas horas antes do ataque de quarta-feira a petrolífera francesa e o Governo moçambicano emitiram um comunicado conjunto anunciando que as atividades seriam retomadas em breve.

No ataque do dia 24, em Palma, dezenas de civis foram mortos, segundo o Ministério da Defesa moçambicano.

O recinto onde estão a ser erguidas as infraestruturas do projeto de gás dista cerca de 25 quilómetros da vila de Palma e não foi atingido pelos ataques e confrontos que se seguiram entre os grupos armados e as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas.

A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.

O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou na segunda-feira o controlo da vila de Palma, junto à fronteira com a Tanzânia.

Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, cujas ações já foram reivindicadas pelo autoproclamado Estado Islâmico, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora haja relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.

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