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Primeiro-ministro da Somália lamenta protestos armados "inaceitáveis"

O primeiro-ministro da Somália, Mohamed Hussein Roble, lamentou hoje a troca de tiros num protesto na capital, Mogadíscio, contra o atraso das eleições no país, considerando que "os protestos armados são inaceitáveis".

Primeiro-ministro da Somália lamenta protestos armados "inaceitáveis"
Notícias ao Minuto

18:44 - 19/02/21 por Lusa

Mundo Somália

"Os protestos são um direito constitucional, mas os protestos armados são inaceitáveis", afirmou Roble, num discurso televisivo citado pela agência noticiosa Efe, e no qual lamentou os ataques e expressou o empenho do Governo em organizar eleições pacíficas neste país do Corno de África.

A troca de tiros ocorreu um dia depois de os líderes da oposição terem encorajado uma grande manifestação em que exigiriam a realização das eleições, não reconhecendo a autoridade do Presidente somali, Mohamed Abdullahi Mohamed, conhecido como Farmajo, cujo mandato expirou no passado dia 08.

Segundo a agência Associated Press, pelo menos uma explosão foi registada no aeroporto internacional de Mogadíscio e, segundo um dos líderes do protesto, "algumas pessoas morreram".

Entre os manifestantes, que empunhavam bandeiras nacionais numa estrada que conduz ao aeroporto da capital, encontrava-se o candidato presidencial e antigo primeiro-ministro da Somália Hassan Ali Khaire.

"Eu e outros candidatos presidenciais, deputados, outros funcionários e muitos civis sobrevivemos a uma tentativa de assassinato", disse Khaire na sua página na rede social Facebook.

Os opositores desafiaram assim a proibição de ajuntamentos decretada pelas autoridades, que cortaram as ruas mais importantes da cidade.

Na noite de quinta-feira, e segundo noticiado por órgãos de comunicação social locais, as forças governamentais entraram em conflito com milícias da oposição na zona de Daljirka Dahsoon, na capital, local onde se encontra o monumento ao soldado desconhecido.

Os ex-presidentes Hassan Sheikh Mohamud e Sharif Sheikh Ahmed disseram que o Exército atacou, durante a noite, o hotel onde estavam.

"Fomos injustamente atacados pelo Governo ao invadir o Hotel Maida, onde eu e o antigo Presidente Hassan Mohamoud e outros membros da União dos Candidatos Presidenciais estavam hospedados", disse Ahmed na sua conta na plataforma Twitter.

A Missão de Assistência das Nações Unidas na Somália (UNSOM) disse hoje estar "profundamente preocupada" com os confrontos armados em Mogadíscio, tendo apelado à "calma e contenção de todas as partes envolvidas" e para que "se mantenham abertas as linhas de comunicação para ajudar a reduzir as tensões".

"Os confrontos em Mogadíscio sublinham a necessidade urgente de os líderes do Governo Federal e dos estados membros federais se reunirem para alcançarem um acordo político sobre a implementação do modelo eleitoral", acrescentou a Organização das Nações Unidas (ONU).

Os opositores acusam Farmajo, que procura um segundo mandato, de não implementar um pacto alcançado em setembro sobre o modelo das eleições legislativas e presidenciais.

O país manteve um sistema indireto, baseado em clãs, apesar da promessa do Presidente em realizar as primeiras eleições com sufrágio universal desde 1969.

Desde 1991 que a Somália vive num estado de guerra e caos, depois do autocrata Mohamed Siad Barre ter sido deposto, deixando o país sem governo e nas mãos de milícias islâmicas e de senhores da guerra.

Leia Também: Troca de tiros interrompe marcha da oposição da Somália em Mogadíscio

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