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Ofcom revoga licença do canal CGTN de operar no Reino Unido

O regulador britânico Ofcom anunciou hoje a revogação da licença do canal internacional de notícias CGNT de transmitir no Reino Unido, depois da sua investigação concluir que esta era indevidamente detida pela Star China Media Limited.

Ofcom revoga licença do canal CGTN de operar no Reino Unido
Notícias ao Minuto

11:25 - 04/02/21 por Lusa

Mundo Regulador

A China Global Television Network (CGTN) é um canal internacional de notícias por satélite em inglês.

No Reino Unido, as leis sobre a transmissão de emissões televisivas elaboradas pelo Parlamento referem que as entidades licenciadas devem ter controlo sobre o serviço licenciado, inlcuindo a supervisão editorial sobre os programas que exibem, recorda a Ofcom, no seu 'site'.

Além disso, de acordo com a lei, os titulares das licenças não podem ser controlados por órgãos políticos.

"A nossa investigação concluiu que a Start China Media Limited (SCML), a detentora da licença do serviço CGNT, não tinha responsabilidade editorial pela produção da CGNT", refere o regulador britânico.

"Como tal, a SCML não atende ao requisito legal de ter o controlo sobre o serviço licenciado", pelo que não cumpre a legislação, adianta a Ofcom.

"Além disso, não foi possível conceder um pedido de transferência da licença para uma entidade chamada China Global Television Network Corporation (CGTNC). Isto porque faltavam informações cruciais" e porque "consideramos que o CGTNC seria desqualificada para ter a licença, uma vez que é controlada por um órgão que é controlado pelo Partido Comunista Chinês", explica o regulador.

"Demos à CGTN tempo significativo para cumprir as regras estatutárias", mas "esses esforços agora foram esgotados", apontou.

A Ofcom salienta que, depois de uma "análise cuidadosa" e tendo em "consideração todos os factos e so direitos da emissora e do seu público à liberdade de expressão", o regulador considerou que era "apropriado revogar a licença da CGTN de transmitir no Reino Unido".

"Esperamos concluir em breve procedimentos de sanções separados contra a CGTN por imparcialidade" e "violações de privacidade".

A investigação da Ofcom concluiu que a SCML "não tem responsabilidade editorial pela seleção ou compilação" dos programas emitidos pela CGTN, é o distribuido do serviço CGTN no Reino Unido, em vez de ser "o fornecedor" do serviço.

A Ofcom refere que em resposta às questões do regulador, a CGTN aceitou que "a SCML não controlava o canal e não deveria mais deter a licença", mas confirmou "a sua intenção de reestruturar para separar a divisão da CGTN da China Central Television (CCTV)" -, que é controlada no final pelo Partido Comunista Chinês, o que a desqualifica na detenção de uma licença de transmissão - e solicitar a transferência da licença para uma entidade que controle o canal.

A isto juntam-se as sanções relativas à cobertura dos protestos de Hong Kong, no ano passado.

"Em 2020, constatámos que a CGTN violou o Código de Radiodifusão da Ofcom por não preservar a devida imparcialidade na sua cobertura dos protestos de Hong Kong e também encontrámos uma violação grave das nossas regras de justiça e privacidade", refere.

Devido à "gravidade dessas violações, informámos a CGTN que consideraríamos a imposição de sanções", prossegue a Ofcom.

A decisão de hoje "não afeta estes procedimentos" contra o canal "e esperamos tomar as decisões em breve".

A Ofcom tem três outras investigações sobre conteúdos do serviço CGTN, que também estão em desenvolvimento, aguardando uma análise mais aprofundada.

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