A polícia nacional espanhola deteve três alegados membros de uma organização criminosa, com sede em várias províncias espanholas e filiais na Suíça, que tinha como objetivo a exploração sexual de mulheres em clubes e residências privadas. Dois dos membros foram detidos na zona de Madrid e o terceiro em Múrcia.
Conforme informaram esta segunda-feira as autoridades em comunicado de imprensa citado pelo La Vanguardia, o grupo estava estabelecido nas províncias de Toledo, Madrid, Múrcia, Cáceres e Jaén, e estendia-se mesmo à Suíça.
O grupo criminoso dedicava-se ao recrutamento de mulheres sul-americanas, especialmente da Colômbia, que se encontravam em situações de "extrema vulnerabilidade". Eram aliciadas através das redes sociais e de pessoas em quem confiavam e depois viajavam para Espanha com a promessa de que poderiam melhorar as suas condições de vida.
Uma vez no país, eram transportadas para diversos clubes noturnos para a prática de prostituição de forma a saldar a dívida contraída com as despesas de viagem. "A essa dívida somavam-se, além disso, outros pagamentos que as mulheres tinham de fazer aos criminosos - 50 euros por dia para manutenção e 300 euros por mês para alojamento", refere a polícia.
Embora normalmente fossem retidas em Espanha e transportadas para diversos bordéis do território, algumas também eram exploradas na Suíça, onde um dos detidos tinha ligações. Isso foi possível de verificar, uma vez que as investigações demonstraram que os detidos, que não têm provas de qualquer atividade laboral remunerada, fizeram, nos últimos meses, diversas transferências de dinheiro para o estrangeiro no valor de 66.500 euros.
A investigação começou a partir da denúncia de uma das vítimas, depois de esta testemunhar como duas menores foram retidas contra a sua vontade para praticarem prostituição com "clientes especiais".
Como resultado do testemunho deste acontecimento, a vítima foi agredida sexualmente em duas ocasiões e ameaçada de morte, razão pela qual teve de fugir do país.
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