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Tribunal pede perpétua para aluno acusado de "conspiração contra Estado"

O procurador de um tribunal de Argel pediu hoje pena de prisão perpétua para o estudante Walid Nekkiche, detido há mais de um ano, acusado de "conspiração contra o Estado", denunciou o Comité para a Libertação Nacional dos Prisioneiros.

Tribunal pede perpétua para aluno acusado de "conspiração contra Estado"
Notícias ao Minuto

22:54 - 01/02/21 por Lusa

Mundo Argel

Walid Nekkiche foi detido em 26 de novembro de 2019 em Argel durante uma das marchas semanais do movimento de contestação popular designado de 'Hirak, nascido em fevereiro de 2019.

O julgamento deste estudante, natural de Tizi Ousou, Kabylia, e aluno do Instituto Superior de Pesca e Aquicultura de Argel, começou esta segunda-feira no Tribunal criminal de Dar El Beida, na capital argelina.

Durante a audiência, o jovem afirmou ter sido "torturado" por agentes da segurança interna enquanto estava sob custódia das autoridades policiais, segundo indicaram o Comité para a Libertação Nacional dos Prisioneiros (CNLD) e órgãos de comunicação locais.

Walid Nekkiche está a ser julgado num processo em que também é acusado Kamel Bensaad, de 43 anos, igualmente natural de Tizi Ouzou, detido em 26 de novembro de 2020 e contra o qual também foi pedida pena de prisão perpétua.

Ambos os homens são acusados de, nomeadamente, "conspiração contra o Estado", "atentado contra a integridade do território nacional" e "incitamento a pegar em armas".

Walid Nekkiche é ainda acusado de pertencer ao Movimento pela Autonomia de Kabylia (MAK), uma organização separatista ilegal, segundo noticias os meios de comunicação locais, referidos pela AFP.

Através do Facebook, o vice-presidente da Liga de Defesa dos Direitos Humanos da Argélia, Saïd Salhi, descreveu a pena pedida para Nekkiche como "chocante".

"A acusação é desproporcional contra um jovem estudante pacífico que não fez mais do que exprimir a sua opinião nas redes sociais", acrescentou Salhi, denunciando ainda a utilização de métodos de tortura.

Segundo o CNLD, cerca de 80 pessoas estão atualmente presas na Argélia por ligação aos protestos do Hirak e/ou pelas liberdades individuais.

Desde meados de março que as manifestações semanais do "Hirak" foram interrompidas devido à pandemia da covid-19.

Muitos ativistas do "Hirak" foram presos, julgados e condenados na Argélia num clima de repressão contra opositores, 'bloguers' e medias independentes.

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