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Centrais sindicais acordam com Venezuela oxigénio semanal para Manaus

O Fórum das Centrais Sindicais do Brasil anunciou na quarta-feira um acordo com o Governo venezuelano para o fornecimento semanal de oxigénio a Manaus, cujo sistema de saúde colapsou devido ao recrudescimento da Covid-19 na região.

Centrais sindicais acordam com Venezuela oxigénio semanal para Manaus
Notícias ao Minuto

15:34 - 21/01/21 por Lusa

Mundo Covid-19

"O Fórum das Centrais Sindicais (...), que representa dois terços dos trabalhadores brasileiros, acaba de firmar um acordo histórico com o Governo da Venezuela para ampliar o fornecimento de oxigénio hospitalar a Manaus. A capital do Amazonas enfrenta um dos mais dramáticos quadros da pandemia no Brasil, por falta desse consumível essencial aos pacientes internados com covid-19", informou a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no seu 'site'.

Pelo acordo de "colaboração e solidariedade de classe" divulgado, a Venezuela fornecerá 80 mil litros por semana de oxigénio hospitalar a Manaus, capital do estado do Amazonas. Já o trabalho de logística, como o transporte e distribuição do produto, ficará a cargo das centrais sindicais.

"Esse volume de oxigénio que será enviado a Manaus semanalmente (...) é equivalente à soma de três dias de produção das fábricas locais", explicou a CUT, membro do Fórum das Centrais Sindicais do Brasil.

Já o dirigente da CUT, António Nobre, que teve a iniciativa de procurar o Governo da Venezuela para firmar este acordo, afirmou que a classe trabalhadora brasileira está a mobilizar-se, agindo na contramão do executivo brasileiro, presidido por Jair Bolsonaro, a quem lançou duras críticas.

"Esse acordo mostra, mais uma vez, que sabemos agir frente a um Governo Federal incompetente e criminoso, para salvar vidas dos trabalhadores. Mostra também a solidariedade entre os países latino-americanos, entre o Brasil e a Venezuela, diante de uma crise sanitária que assola nosso país. Toda a gratidão ao povo venezuelano e ao Presidente Nicolás Maduro", disse Nobre.

Segundo o Fórum, a primeira carga de oxigénio, fruto deste acordo, deverá chegar ao Brasil na próxima semana.

"Sabemos da dificuldade pela qual o Brasil está a passar e sabemos da importância da solidariedade entre trabalhadores. O nosso Presidente, Nicolás Maduro, vem da luta sindical, por isso quis dar uma resposta imediata à chamada das centrais brasileiras", afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Carlos Ron, citado pela CUT.

Além deste acordo, na semana passada o Governo venezuelano já tinha anunciado o envio de cinco camiões com mais de 100 mil metros cúbicos de oxigénio para Manaus, que já chegaram à cidade amazónica.

Bolsonaro, forte critico de Maduro, criticou na segunda-feira a postura do Presidente venezuelano.

"Se Maduro nos quiser fornecer oxigénio, vamos receber, sem problema nenhum. Agora, ele poderia dar um auxílio de emergência também para o seu povo. Com o salário mínimo de lá [Venezuela], não se compra nem um quilo de arroz", disse Bolsonaro a apoiantes.

"Vejo uns idiotas aí, elogiando: 'Ah, olha o Maduro, que coração grande ele tem'. Realmente, um homem daquele tamanho, com 200 quilos e dois metros de altura, o coração dele deve ser muito grande, nada além disso", acrescentou o Presidente brasileiro.

A escassez de oxigénio na região já causou a morte por asfixia a pelo menos 51 pessoas nos últimos dias, principalmente nas cidades do interior, segundo cálculos do Ministério Público.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (212.831, em mais de 8,6 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.075.698 mortos resultantes de mais de 96,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Leia Também: Covid-19. Manaus espera conter crise com oxigénio venezuelano

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