Tunísia refere que 33 células 'jihadistas' foram desarticuladas em 2020
As forças de segurança tunisinas desarticularam em 2020 pelo menos 33 células 'jihadistas' e detiveram 1.020 pessoas acusadas de filiação em organizações terroristas, indicou hoje o ministro do Interior, Taoufik Charfeddine.
© iStock
Mundo Tunísia
No mesmo período, as autoridades promoveram cerca de 48 operações que resultaram na morte de nove membros de células 'jihadistas' -- na Tunísia muito influenciadas pela corrente do takfirismo, inimiga de todo o muçulmano não-praticante -- enquanto outras 876 pessoas compareceram perante o tribunal especializado na luta antiterrorista e crime organizado, com 112 condenadas a penas de prisão, revelou o ministro perante a comissão parlamentar sobre Segurança e Defesa.
Em paralelo, as forças de segurança apreenderam nove armas de assalto tipo Kalashnikov, uma importante quantidade de munições e minas artesanais, para além de detetarem na zona montanhosa do oeste do país diversos esconderijos utilizados como oficinas para o fabrico de explosivos.
"Estes êxitos devem-se ao conjunto de medidas de segurança adotadas e às precauções no âmbito da luta contra o terrorismo que se baseiam num elevado nível de vigilância e operações preventivas para eliminar os terroristas", acrescentou Charfeddine.
Nesta perspetiva, o ministro advertiu que as organizações 'jihadistas' e ainda as redes criminais, modificaram em 2020 as suas táticas e estratégias pelo facto de o Estado estar concentrado no combate ao novo coronavírus, cujo balanço oficial indica 84.400 casos positivos e 2.345 mortes.
No seu depoimento, o ministro admitiu que a segurança não é sempre a solução mais segura nem a única para fazer recuar o crime, "mas todos os esforços devem ser conjugados, incluindo a sociedade civil, a instituição educativa, a família, e ainda as autoridades legislativas e judiciais competentes".
De acordo com The Soufan Group, vocacionado para serviços de informações globais e consultadoria em segurança, a Rússia é o principal país de origem dos combatentes estrangeiros que se filiaram no grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), seguido da Arábia Saudita, Jordânia e Tunísia.
O país magrebino, onde se calcula que 5.000 combatentes aderiram ao EI, registou em 2015 uma série de atentados 'jihadistas' que provocaram 72 mortos, incluindo 60 turistas estrangeiros.
O presumível autor do último atentado perpetrado em França em 29 de outubro é um jovem tunisino de 21 anos, Brahim Issaouis, que chegou à Europa clandestinamente em finais de setembro através da ilha italiana de Lampedusa. O ataque ocorreu numa igreja de Nice provocou três mortos, duas mulheres e um homem.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com