Luciana Lamorgese esteve hoje reunida com o seu homólogo francês, Gerald Darmanin, em Roma.
Durante a conferência de imprensa que se seguiu ao encontro, Darmanin declinou responsabilizar a Itália pelo seu tratamento do principal suspeito pelo ataque na passada semana ocorrido numa basílica francesa.
Este suspeito, de nacionalidade tunisina, desembarcou na ilha italiana de Lampedusa, em setembro, esteve em quarentena, determinada pelas regras da pandemia, e foi expulso pelas autoridades italianas, antes de alcançar a França, em outubro.
"Em momento algum pensei que tenha havido qualquer falha" na forma como a Itália geriu o caso, afirmou Darmanin.
Pelo contrário, agradeceu a Lamorgese e aos serviços de informação italianos pelas trocas de informação nos dias seguintes ao ataque em Nice.
Os tunisinos, em fuga de uma economia maltratada pela pandemia, constituem o maior contingente de migrantes chegados a Itália este ano, e estão a chegar diretamente da Tunísia em embarcações robustas e suficiente para não precisarem de resgate.
Pelo contrário, nos últimos anos, a maioria dos migrantes que queriam chegar a Itália vinham de países da África abaixo do Saara e faziam-se ao Mediterrâneo em embarcações pouco fiáveis, lançados por traficantes na Líbia.
Lamorgese disse que ela e Darmarin discutiram um plano que envolverá a mobilização de "ativos navais ou aéreas que podem alertar as autoridades tunisinas para eventuais partidas" e ajudá-las a intercetar as embarcações.
Os dois ministros reuniram-se um dia depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, ter dito que o seu país vai reforçar os controlos fronteiriços depois de vários ataques este outono.
Itália e França estão a lançar, de forma experimental, brigadas mistas das suas forças de segurança nas suas fronteiras comuns para reforçar os controlos, disse Lamorgese aos jornalistas.
Depois desta reunião, realizada esta manhã, Darmarin deslocou-se a Tunísia, Argélia e Malta para discutir questões relacionadas com migrações e terrorismo.
