Hong Kong enfrenta fungo potencialmente letal que infetou 136 pessoas
O fungo Candida auris propagou-se nos hospitais públicos e em lares de Hong Kong. Autoridades acreditam que tal aconteceu porque as salas de isolamento estão a ser usadas para tratar pacientes com Covid-19.
© Getty Images
Mundo Fungo Candida auris
As autoridades de saúde em Hong Kong não estão apenas a enfrentar o coronavírus. Também estão numa batalha para derrotar um fungo potencialmente letal e que se tem espalhado pelos hospitais públicos e lares. De acordo com o South China Morning Post, nos primeiros dez meses do ano 136 pessoas foram infetadas com o fungo Candida auris. Um número que compara com os 20 contágios registados no ano de 2019.
Os pacientes infetados com este fungo têm entre 30 a 60% de hipóteses de morrerem, dependendo da parte do corpo infetada com o Candida auris.
Numa conferência de imprensa realizada na passada sexta-feira, o chefe da Autoridade Hospitalar de Hong Kong, Raymond Lai, não esclareceu se entre estes 136 casos de infeção foram registadas vítimas mortais.
“Esperamos controlar o fungo nos hospitais e nos lares para não se espalhar para a comunidade”, disse Lai, que avançou com uma possível explicação para a subida das infeções com Candida auris este ano comparativamente a 2019.
Há uma redução das salas de isolamento disponíveis nos hospitais públicos de Hong Kong, uma vez que a maioria está a ser utilizada no combate à Covid-19. “Alguns hospitais não têm salas de isolamento nas suas alas de atendimento geral, por isso só podem pôr os pacientes com o Candida auris num canto destas alas como medida de precaução, o que pode aumentar as hipóteses da infeção se espalhar”, frisou Raymond Lai.
A infeção através deste fungo costuma ser identificada nas cavidades orais, no trato digestivo, na pele e na vagina. As pessoas mais suscetíveis a contraírem este fungo são as que têm um sistema imunitário comprometido, pessoas que foram submetidas a cirurgias ou que estiveram internadas no hospital durante um longo período de tempo.
Embora o responsável da Autoridade Hospitalar de Hong Kong tenha admitido que este surto é preocupante, não considerou a situação grave, uma vez que o número de casos continua a ser baixo.
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