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Vice-PM da Polónia ameaça vetar orçamento da UE se "chantagem" continuar

O líder do partido no poder na Polónia ameaçou vetar o plano de recuperação económica da União Europeia e o orçamento de longo prazo se o bloco europeu decidir vincular o financiamento ao respeito pelo Estado de Direito.

Vice-PM da Polónia ameaça vetar orçamento da UE se "chantagem" continuar
Notícias ao Minuto

15:09 - 13/10/20 por Lusa

Mundo Polónia

Jaroslaw Kaczynski, o chefe do partido Lei e Justiça e recentemente vice-primeiro-ministro, disse que a Polónia vai fazer o que for necessário para proteger os seus próprios interesses e a soberania nacional.

"Haverá um veto. Se as ameaças e a chantagem se mantiverem, então defenderemos firmemente os interesses vitais da Polónia", afirmou Kaczynski, citado em entrevista ao Gazeta Polska, um jornal próximo do governo.

Donald Tusk, antigo primeiro-ministro polaco e ex-presidente do Conselho Europeu, considerou que a ameaça de Kaczynski era prejudicial ao país em mais do que um aspeto.

"O vice-primeiro-ministro anuncia que está pronto para bloquear a ajuda da UE à Polónia para que possa continuar a violar o Estado de Direito com impunidade. E eu pensei que ele já não me poderia surpreender", escreveu Tusk no Twitter.

Embora os líderes da UE tenham um princípio de acordo com um pacote de recuperação económica de 1,8 triliões de euros para o período orçamental de 2021-2027, precisam ainda de encontrar um ponto comum sobre como distribuir o dinheiro, já que muitos países insistem que as alocações devem ser vinculadas com o respeito pelas normas do Estado de Direito da União Europeia.

Vincular o financiamento ao respeito dos padrões democráticos representaria um golpe para a Polónia e a Hungria, duas nações da Europa central com governos de direita que corroeram a independência judicial, liberdade de imprensa e outras bases de um sistema democrático e ambas juraram lutar contra a medida.

Recentemente, a Polónia foi também alvo de grandes críticas dos parceiros europeus pela retórica anti-LGBT do seu Presidente conservador, Andrzej Duda, e outras figuras importantes do partido no poder.

Kaczynski e outros insistem que estão a tentar defender a sua cultura conservadora enraizada no catolicismo de uma "ideologia" LGBT estrangeira.

"Defenderemos a nossa identidade, liberdade e soberania a todo o custo. Não vamos permitir que sejamos aterrorizados com dinheiro", sublinhou Kaczynski na entrevista publicada hoje.

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