Na quarta-feira, a justiça grega deverá anunciar a há muito esperada decisão contra o líder e dezenas de outros membros do partido Aurora Dourada, acusados do assassínio de um 'rapper' antifascista em 2013, perto de Atenas.

"A experiência da passagem catastrófica dessa formação nazi foi traumatizante, dolorosa e, infelizmente, muito sangrenta", escreveu Kyriakos Mitsotakis, na edição de hoje do jornal diário Efimerida ton Syntakton.

O partido Aurora Dourada, que contou com a eleição de deputados desde 2012 (chegou a eleger 18 deputados em 2015), conheceu nas legislativas de 2019 uma pesada derrota eleitoral, perdendo toda a representação que tinha no parlamento, ao não atingir o mínimo de 3% dos votos.

"Num período cinzento de confusão, os parasitas nostálgicos de Hitler cresceram", notou o primeiro-ministro grego.

No artigo, Kyriakos Mitsotakis reconhece também "a inércia" e "a demora da classe política" em agir contra "o perigo" que este partido representava.

No entanto, o primeiro-ministro grego congratulou-se com o facto de o seu partido de direita, Nova Democracia, ter-se mobilizado para levar à justiça "aqueles que comeram crimes".

No total, à volta de 70 pessoas são acusadas no processo da morte do 'rapper' antifascista por crimes que incorrem em penas de cinco a 20 anos de prisão.

O Ministério Público pediu a absolvição do líder do partido neonazi grego e de outros quinze dirigentes da Aurora Dourada pelo assassínio do 'rapper'.

Num comunicado lido no tribunal, a acusação considerou que o assassínio do músico, apunhalado por um presumível membro do partido, Yiorgos Roupakias, "não foi premeditado" e que os responsáveis do Aurora Dourada não deram "qualquer ordem" para que fosse cometido.