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Recuperação económica depende de controlo da pandemia, diz Joe Biden

O candidato democrata às presidenciais norte-americanas, Joe Biden, defendeu hoje que a recessão económica nos Estados Unidos não será debelada enquanto a pandemia de covid-19 continuar fora de controlo, durante o primeiro debate contra Donald Trump.

Recuperação económica depende de controlo da pandemia, diz Joe Biden
Notícias ao Minuto

07:50 - 30/09/20 por Lusa

Mundo Eleições EUA

"Não se pode recuperar a economia enquanto não se resolver a crise de covid", disse o candidato democrata às eleições presidenciais de 03 de novembro, num debate muito conflituoso que decorreu esta madrugada em Cleveland, no estado do Ohio.

Biden acusou Trump de saber desde fevereiro que a covid-19 era muito perigosa e de ter escondido essa informação do público norte-americano, porque "entrou em pânico" e não queria prejudicar os mercados financeiros.

"Quantos de vocês acordaram esta manhã e tinham uma cadeira vazia porque um membro da família morreu de covid-19?", questionou Biden, dirigindo-se aos eleitores norte-americanos.

"Ele continua a não ter um plano", acusou, contrapondo que a sua estratégia é detalhada e inclui financiar os equipamentos de proteção necessários para reabrir estabelecimentos comerciais e escolas em segurança.

Donald Trump defendeu a sua reação à pandemia, dizendo que "a culpa foi da China" e que salvou milhares de vidas ao interditar a entrada a nacionais do país onde o surto começou.

"Os governadores dizem que eu fiz um trabalho fenomenal", afirmou o Presidente norte-americano, garantindo que se está "a semanas de uma vacina".

Todavia, o moderador Chris Wallace confrontou o Presidente com as perspetivas de dois dos responsáveis clínicos da sua administração, que apontam para um calendário mais distante de distribuição em massa da vacina, em meados de 2021.

"Discordo de ambos", disse Trump, referindo-se a Moncef Slaoui, diretor do programa governamental para a vacina "Operation Warp Speed", e Robert Redfield, diretor do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças.

Os Estados Unidos são o país mais afetado pela pandemia, com mais de 7,1 milhões de infetados e cerca de 205 mil mortos, de acordo com os números da Universidade Johns Hopkins.

O Presidente republicano também defendeu a realização de comícios com milhares de participantes, violando regras para controlar a pandemia, dizendo que o oponente não o faz porque não consegue atrair apoiantes.

Sobre o impacto económico da crise sanitária, Trump acusou o democrata de querer voltar a fechar o país.

"Construímos a melhor economia da história e tivemos de a fechar por causa da praga da China", disse o Presidente. "Agora estamos a reabrir e a bater recordes de negócios. Nunca ninguém viu algo assim. Ele vai fechar o país inteiro".

Biden, por seu lado, disse que Trump "não está preocupado" com a saúde dos cidadãos, acusando-o de querer retirar-lhes a cobertura fornecida pelo "Affordable Care Act" (conhecido como Obamacare), e de ter sido "totalmente irresponsável" ao incentivar as pessoas a não usarem máscaras.

"Não confio nada nele, confio nos cientistas", declarou Biden.

Num primeiro debate muito conflituoso, foram abordados outros temas quentes da campanha, incluindo a nomeação para o Supremo Tribunal norte-americano, as tensões raciais e o histórico de ambos.

Joe Biden, numa das várias situações em que Donald Trump o interrompeu, retorquiu: "Vais-te calar, homem?".

Estão marcados mais dois debates, mas a acrimónia desta noite levou alguns comentadores da CNN, estação que transmitiu o debate, a questionar se Joe Biden deverá ou não continuar com o plano de voltar a estar em palco com Trump.

O próximo debate do ciclo eleitoral será entre os candidatos a vice-presidente, Mike Pence (republicano), e Kamala Harris (democrata), a 07 de outubro.

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