Meteorologia

  • 18 ABRIL 2024
Tempo
24º
MIN 16º MÁX 26º

Demissão do primeiro-ministro do Japão levanta incógnitas políticas

A demissão do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, abre um complexo processo, repleto de incógnitas, para designar o seu sucessor dada a carência de um candidato claro para o substituir e o sistema que será usado na eleição.

Demissão do primeiro-ministro do Japão levanta incógnitas políticas
Notícias ao Minuto

10:50 - 29/08/20 por Lusa

Mundo Japão

O primeiro-ministro do Japão, no cargo desde 2012, anunciou na sexta-feira a demissão por razões de saúde, no entanto, a sua saída só será efetiva quando for eleito o seu sucessor entre as fileiras do Partido Liberal Democrático (PLD), num procedimento que está ainda por definir.

Os dirigentes do PLD tiveram uma primeira reunião de emergência, horas depois de confirmado o desejo de Abe resignar ao cargo, para preparar o cenário, tendo ficado o secretário-geral do partido, Toshihiro Nikai, encarregado de delinear todo o processo.

"Se houvesse tempo suficiente, os votos dos membros do partido deveriam ser considerados, mas queremos ouvir as opiniões e julgar o que se vai fazer", afirmou Nikai, em declarações aos jornalistas, depois da primeira reunião de emergência.

Num processo normal, o líder do PLD elege uma assembleia que integra os legisladores do partido, dirigentes territoriais e representantes dos militantes que se reúnem a cada três anos para nomear o máximo dirigente desse grupo político.

No entanto, em casos como o atual, existe um processo que por razões de urgência implica selecionar o candidato a primeiro-ministro entre os legisladores do partido e representantes das 47 prefeituras do país.

A primeira opção, ainda que mais lenta em procedimentos, é mais ampla quanto aos apoios políticos necessários, contrariamente à segunda opção, em que os legisladores têm mais peso, tendo sido este o sistema escolhido em 2007 para designar o sucessor de Abe quando este renunciou o cargo um ano depois devido a uma doença inflamatória intestinal.

As propostas para eleger o próximo primeiro-ministro serão levadas, na terça-feira, a uma reunião do conselho geral do partido, momento em que se estima que será escolhido o dia das eleições para o novo líder, apontado para meados de setembro, e como a eleição será feita.

O núcleo de aspirantes a primeiro-ministro é composto por dirigentes de peso, como o ex-secretário geral do PLD e ex-ministro da Defesa, Shingeru Ishiba, de 63 anos, favorito nas sondagens entre os potenciais sucessores, embora menos popular dentro do partido no poder.

A lista inclui ainda o ex-ministro do Exterior e chefe político do PLD, Fumio Kishida, de 63 anos, o chefe de gabinete, Yoshihide Suga, de 71 anos e o ministro da Defesa e ex-titular de Exteriores, Taro Kono, de 56 anos.

Shinzo Abe tornou-se o primeiro-ministro mais jovem do Japão em 2006, aos 52 anos, mas sua primeira passagem terminou abruptamente um ano depois, já devido à doença inflamatória intestinal que agora o volta a afastar.

De regresso ao cargo seis anos depois, lidera o Governo japonês desde final 2012, um recorde de longevidade para um primeiro-ministro japonês.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório