Líbia: ONU diz que solução política tem de ser encontrada no seio do país
A emissária interina da Organização das Nações Unidas (ONU) na Líbia, Stephanie Williams, considerou hoje que uma eventual solução política após o cessar-fogo deve ser encontrada no seio do país africano, sem interferência estrangeira.
© Reuters
Mundo Líbia
Numa declaração aos jornalistas, conjuntamente com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Marrocos, Naser Burita, a emissária da ONU salientou que a interrupção das hostilidades criou "uma nova dinâmica" para se encontrar uma solução pacífica para a crise, mas lembrou que a solução cabe aos cidadãos líbios e que a oportunidade "não vai durar para sempre".
"A crise na Líbia sempre foi internacional. Agora, é o momento de tornar esta questão líbia", através de um diálogo longe de qualquer influência estrangeira, afirmou Stephanie Williams, na capital marroquina, Rabat.
Williams classificou de corajoso o acordo de cessar-fogo e mostrou-se otimista quanto a um possível regresso de um processo político que possa originar uma solução política definitiva.
A emissária da ONU defendeu também que esse diálogo deve ser inclusivo, envolvendo todos os partidos políticos líbios, a sociedade civil, várias minorias do país, organizações de mulheres e representantes das tribos.
Além dos conflitos, Williams realçou que a população líbia vive outros problemas, como a destruição de infraestruturas, a crise energética, com cortes de eletricidade, e a rápida disseminação do novo coronavírus - o país registou, até agora, 11.834 casos confirmados de infeção e 210 mortes, segundo os dados disponibilizados pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.
Já o ministro dos Negócios Estrangeiros de Marrocos defendeu que a ONU deve ser a única mediadora na Líbia, de forma a obter-se um acordo político que resolva a crise pacificamente, sem interferência externa.
"Marrocos não tem uma solução para este conflito, mas uma vontade sincera de ajudar os irmãos líbios e de apoiar os esforços da ONU", disse Naser Burita.
O Governo da Líbia, liderado por Fayez al-Sarraj, sediado em Tripoli e apoiado pela ONU, anunciou, na sexta-feira, um cessar-fogo em todo o país, tendo pedido a desmilitarização da contestada cidade estratégica de Sirte, controlada pelo governo rival do leste do país, controlado pelo marechal Khalifa Haftar.
O governo de Tripoli também pediu o fim do bloqueio ao petróleo imposto por forças rivais desde o início do ano, bem como eleições parlamentares e presidenciais.
A Líbia mergulhou no caos após o derrube de Muammar Kadhafi em 2011.
Sarraj conta com a ajuda da Turquia e Haftar com o apoio da Rússia e do Egito.
As forças de Haftar lançaram uma ofensiva em abril de 2019, para tentar capturar a capital, mas a campanha fracassou em junho, quando as milícias aliadas de Tripoli, com apoio turco, ganharam vantagem.
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