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Líbia: Pelo menos seis manifestantes raptados em Tripoli

Pelo menos "seis manifestantes pacíficos" foram raptados em Tripoli no domingo durante protestos contra a deterioração das condições de vida, indicou hoje a organização não-governamental (ONG) Amnistia Internacional, pedindo a "libertação imediata" de todos os detidos.

Líbia: Pelo menos seis manifestantes raptados em Tripoli
Notícias ao Minuto

18:30 - 26/08/20 por Lusa

Mundo Líbia

Durante essa mesma tarde, "alguns" manifestantes foram feridos a tiro por uma milícia aliada ao Governo de Acordo Nacional (GAN), reconhecido pela ONU, adiantou num comunicado a ONG, que diz ter recolhido numerosos testemunhos e analisado vários vídeos.

Os líbios estão exaustos por anos de conflitos e manifestações contra as más condições de vida e a corrupção realizam-se desde domingo, nomeadamente na capital Tripoli, sede do GAN.

Os principais confrontos ocorreram no primeiro dia, quando homens armados abriram fogo para dispersar a multidão, causando feridos.

Segundo a organização de defesa dos direitos humanos, os tiros de homens "com uniforme de camuflagem militar" começaram por volta das 19:30 locais (18:30 em Lisboa) e continuaram até às 21:00.

Durante estes incidentes, pelo menos seis pessoas foram raptadas num bairro de Tripoli controlado por uma milícia que opera sob a tutela do Ministério do Interior do GAN, de acordo com a Amnistia. A sua localização é "desconhecida".

Esta "deve ser imediatamente comunicada" e todas as "pessoas detidas devem ser libertadas", disse a diretora adjunta da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e o Norte de África.

Diana Eltahawy apelou ao GAN para realizar "um inquérito aprofundado, imparcial, independente e transparente sobre o uso excessivo da força". Os responsáveis "devem prestar contas", adiantou.

Num discurso televisivo na segunda-feira à noite, o primeiro-ministro, Fayez al-Sarraj, tentou apaziguar a situação, proclamando que qualquer líbio tem "o direito legítimo" de se exprimir.

"Reconhecemos (...) a nossa parte de responsabilidade" na deterioração da situação, mas esta crise "arrasta-se há anos", argumentou, prometendo uma remodelação do governo.

Várias centenas de pessoas voltaram, no entanto, a manifestarem-se na terça-feira em Tripoli, reiterando as suas reivindicações de melhoria dos serviços públicos.

O poder na Líbia, no caos desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011, é disputado atualmente pelo GAN, na zona oeste, e pelo homem forte do leste, o marechal Khalifa Haftar.

Com o apoio militar da Turquia, as forças do GAN conseguiram em junho vencer a longa ofensiva dos pró-Haftar sobre Tripoli e a frente do conflito está agora estabilizada perto da cidade de Sirte (a 450 quilómetros a leste da capital).

O marechal também conta com apoio estrangeiro, nomeadamente da Rússia, Egito e Emirados Árabes Unidos.

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