Vietname acusa China de "infringir a soberania" em águas disputadas
O Vietname acusou hoje Pequim de "infringir a soberania" e de pôr em perigo a paz no Mar da China Meridional ao enviar um porta-aviões e aviões de combate para um arquipélago vietnamita reclamado pelas autoridades chinesas.
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Mundo Vietname
"O envio de efetivos para o arquipélago de Hoang Sa (ou Paracel) não só infringe a soberania do Vietname como também complica a situação no Mar Oriental. Instamos todas as partes a contribuir de forma responsável para a manutenção da paz, estabilidade e segurança no Mar da China Meridional", indicou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros vietnamita, Le Thi Thu Hang.
O porta-voz, que realçou que os arquipélagos de Paracel e de Spratley, também disputados pela China, "são parte inseparável do Vietname", referia-se às manobras militares iniciadas por Pequim a 01 deste mês naquelas ilhas isoladas com aviões de combate.
As ambições territoriais da China nas águas a sul do país -- pelo qual circula cerca de 30% do comércio global e que alberga 12% da área de pesca mundial, além de importantes jazidas de gás e de petróleo -, afetam, além do Vietname, outros países da região, como as Filipinas, Malásia, Brunei e Taiwan.
Nos últimos meses, vários barcos da Marinha chinesa têm realizado incursões em águas territoriais do Vietname e das Filipinas, o que tem estado a contribuir para um aumento da tensão nas relações da China com os cinco estados e também com os Estados Unidos.
Em 2016, o Tribunal Arbitral Permanente, em Haia, atribuiu às Filipinas a titularidade do atol de Scarborough e parte do arquipélago de Spratley, disputados pela China, que se tem negado a reconhecer a decisão.
O Vietname e a China partilham uma fronteira terrestre de cerca de 1.300 quilómetros e as relações entre os dois países são historicamente cheias de tensão.
Em 1979, os dois Estados entraram numa breve guerra entre ambos, depois de a China ter iniciado uma invasão no norte do Vietname como represália a um ataque vietnamita no Camboja realizado um ano antes e que pôs fim ao regime dos "khmers vermelhos", aliados de Pequim.
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