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Eleições: Especialista explica preocupações com liberdade de expressão

As Presidenciais norte-americanas de novembro têm suscitado preocupações sobre irregularidades e falsificação de votos, algo que o politólogo Akram Elias atribui ao aumento da "liberdade de expressão" e a um "ciclo noticioso de 24 horas e instantâneo".

Eleições: Especialista explica preocupações com liberdade de expressão
Notícias ao Minuto

09:08 - 12/08/20 por Lusa

Mundo EUA

"Quando o ser humano é confrontado com incerteza e desconhecimento, aparece a ansiedade, e a ignorância joga na mistura" refletiu Akram Elias em entrevista à agência Lusa, acrescentando que a tecnologia e o ciclo noticioso servem como uma plataforma de amplificação dos medos que são expressos com liberdade.

Desvalorizando o que aparentam ser possibilidades de neutralização de votos por correio nos EUA, Akram Elias, com mais de 30 anos de experiência em consultoria política que existem, há muitos anos, formas e medidas de proteger a veracidade e regularidade das votações.

Segundo o fundador de um grupo de consultoria que oferece serviços a governantes e clientes privados de todo o mundo, a supervisão das eleições por membros da sociedade civil, voluntários e representantes políticos em todas as estações de voto nos Estados Unidos asseguram a integridade e transparência dos resultados.

Reconhecendo que os EUA vivem atualmente "um período duro", Akram Elias declarou que o país já passou por eleições em várias fases tumultuosas da história, que as pessoas tendem a esquecer.

"Deve haver um esforço educacional, assim como também não se podem descartar as preocupações, por mais irracionais que pareçam", defendeu o especialista, fazendo uma comparação da atualidade com a década de 1930 nos EUA, marcada pela Grande Depressão.

Orador em numerosos seminários e 'workshops' em áreas diplomáticas e políticas, Akram Elias colocou em perspetiva o "desconhecimento trazido pela pandemia de covid-19", em que o futuro é incerto, com a frase de Franklin Roosevelt, Presidente dos EUA de 1933 a 1945: "A única coisa que devemos temer é o próprio medo".

O atual Presidente, Donald Trump, que não é político de carreira, já manifestou dúvidas quanto à integridade dos votos por correspondência, admitindo o adiamento da votação, marcada para 03 de novembro.

"É normal" haver alguma preocupação sobre a eventual insegurança do voto por correspondência, mas existem várias formas de proteger a veracidade, que os Estados Unidos empregam há muitos anos, contrapôs Akram Elias.

Explicando que as leis sobre as votações variam consoante os 50 estados da federação, Akram Elias disse à Lusa que "há sempre uma ideia de parceria" e de envolvimento dos maiores 'stakeholders' (partes interessadas), que é "fundamental" para impedir que haja irregularidades nas eleições.

Em primeiro lugar, "em qualquer eleição há observadores que vêm [às estações de voto] para representar grupos da sociedade civil, estar presentes, assegurar que a integridade das eleições é preservada e que há transparência", explicou.

Em segundo lugar, Akram Elias destacou que os cidadãos "são incentivados e convidados a serem juízes de eleição" de forma voluntária durante a operação das estações de voto e também na contagem.

"Por exemplo, eu já fui convidado na minha área local, para ser voluntário, para dar ao cidadão comum a possibilidade de ser juiz de prova", comentou Akram Elias.

Os partidos políticos também fazem parte dos intervenientes que asseguram a integridade das eleições, com representantes, em cada local designado, do partido Democrata e do partido Republicano.

A Lusa recolheu o testemunho de uma norte-americana que há seis anos é voluntária como "juíza de eleições" no Estado de Virgínia.

Olga Bashbush, que faz parte da equipa de comunicações do Departamento de Estado, disse que todos os voluntários recebem formação para as suas funções de avaliadores.

"Fui trabalhadora [voluntária] na eleição presidencial de 2016 e tínhamos representantes do partido Democrata, do partido Republicano, do partido Verde, e um membro da sociedade civil connosco, todo o dia, para supervisionar", acrescentou Olga Bashbush.

"Quando os votos terminaram, encerrámos os dispositivos de votação e estávamos a contar os votos, tinha quatro pessoas a observarem-me, perto da máquina, com um outro colega voluntário", lembrou, acrescentando que "tudo é muito seguro e observado".

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