Turquia considera acusações de Macron como nulas e sem efeito
O Governo turco considerou na quinta-feira que as acusações do Presidente francês, Emmanuel Macron, à Turquia de violar a soberania da Grécia e do Chipre no Mediterrâneo Oriental são "nulas e sem efeito".
© Reuters
Mundo Macron
Macron fez as acusações na quinta-feira durante a receção ao seu homólogo cipriota, Nicos Anastasiades, em Paris.
"Quero expressar outra vez a plena solidariedade da França com o Chipre, mas também com a Grécia, perante as violações da sua soberania pela Turquia", disse o Presidente francês, cuja declaração foi também publicada em grego na sua página na rede social Facebook.
"É inaceitável que o espaço marítimo de um Estado-membro da nossa União (Europeia) seja violado ou ameaçado. Os que o fazem devem ser sancionados", disse Macron.
As afirmações de Macron são "nulas e sem efeito" e a ameaça de sanções que o Presidente francês evocou "não conduz a nada", replicou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, Hami Aksoy.
Este contrapôs que a Turquia agia no Mediterrâneo Oriental de acordo com o direito internacional.
A Marinha de Guerra da Grécia foi colocada em estado de alerta na quarta-feira depois de a Turquia ter enviado navios militares para uma zona próxima das ilhas gregas de Kastellorizo escoltando um navio turco de exploração de gás submarino.
Atenas já pediu a Ancara para "cessar de forma imediata as ações ilegais" que "violam a soberania grega e ameaçam a paz e a segurança na região".
O Mediterrâneo oriental, por questões energéticas e de segurança, "está em jogo por lutas de poder, em particular pela Turquia e pela Rússia, que se afirmam cada vez mais face à União Europeia", disse o chefe de Estado francês.
"Há um vazio por parte da Europa no Mediterrâneo oriental", considerou Nicos Anastasiades, acrescentando que as iniciativas do Presidente da França "são uma esperança" para que a zona não seja controlada pela Turquia "nem por outro qualquer país".
A tensão tem vindo a multiplicar-se na zona marítima, onde várias potências como a Turquia, o Egito, Israel e a Grécia se mostram concorrentes em relação aos recursos energéticos.
A degradação da crise líbia, onde a Turquia e a Rússia mantêm uma posição de força, é outro dos fatores de tensão.
No que diz respeito à Líbia, a França também não pode "deixar que potências estrangeiras, sejam quais forem, violem o embargo sobre o fornecimento e venda de armamento", acrescentou Macron.
Paris admite sanções "para obter um cessar-fogo" no sentido "da resolução política do conflito líbio".
A França tem denunciado recentemente as ingerências turcas na crise líbia, tendo-se verificado um agravar das tensões entre os dois países após um incidente marítimo com dois navios de guerra.
Macron também propôs na quinta-feira uma reunião dos países do sul da Europa sobre a segurança na região, incluindo a questão líbia.
"De uma forma mais abrangente, a Europa deve iniciar uma reflexão aprofundada sobre as questões da segurança no Mediterrâneo", disse Macron, que propôs a organização de uma cimeira que reúna o grupo de países do sul da União Europeia.
O grupo "Med 7", formado em 2016, é constituído pela França, Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Malta e Chipre, e por proposta de Macron deve reunir-se "no final do mês de agosto ou no princípio de setembro".
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