Novos confrontos entre Arménia e Azerbaijão com balanço total de 4 mortos
O Azerbaijão e a Arménia trocaram hoje disparos de artilharia pelo segundo dia consecutivo com um balanço total de quatro mortos do lado azeri após o recomeço da violência entre os dois vizinhos do Cáucaso.
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Mundo Arménia/Azerbaijão
No domingo, três soldados azeris foram mortos e um quarto hoje na região de Tavouch, na fronteira entre as duas ex-repúblicas soviéticas do Cáucaso do sul, indicou o ministério da Defesa do Azerbaijão, que reivindicou uma resposta com a destruição de um posto militar avançado arménio.
Por sua vez, o ministério da Defesa arménio indicou que Baku retomou esta manhã o disparo de obuses sobre posições arménias, após os primeiros confrontos intercalados de artilharia no dia e na noite de domingo. Não foram indicadas vítimas entre as suas forças.
O ministério da Defesa arménio indicou ao início da tarde de hoje que os disparos provenientes do lado azeri "diminuíram", e assegurou "controlar totalmente" a situação.
Erevan e Baku acusam-se mutuamente de terem desencadeado as hostilidades, no âmbito de um conflito que se prolonga há várias décadas.
"As autoridades políticas e militares arménias são totalmente responsáveis por estas provocações", considerou o Presidente azeri, Ilham Aliev.
Por sua vez, o primeiro-ministro arménio, Nikol Pachinian, declarou que "as provocações não ficarão sem resposta", e o seu ministro da Defesa, David Tonoïan, advertiu que, caso seja necessário, as suas forças estão prontas para ocupar posições em território inimigo.
A Rússia, principal potência da região, considerou "inaceitável uma nova escalada que ameace a segurança regional" no Cáucaso e apelou "à contenção" entre os beligerantes, indicou o ministério dos Negócios Estrangeiros.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, manteve duas conversas telefónicas separadas com os seus homólogos arménio e azeri, e exortou a uma diminuição da pressão militar.
Hoje, uma reunião da Organização do tratado de segurança coletiva, um bloco dirigido pela Rússia e que a Arménia integra, abordou o reinício das violências. No domingo, a presidência azeri acusou Erevan de "envolver no conflito [esta] aliança político-militar".
O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu, exprimiu hoje o seu apoio ao Azerbaijão, país aliado e turcófono.
"É inaceitável o que a Arménia fez", denunciou, assegurando que "o Azerbaijão não está só" com a Turquia ao seu lado.
Erevan reagiu e denunciou a "atitude provocatória" de Ancara, acusando-a de sabotar "a segurança e a estabilidade da região".
Em comunicado, a União Europeia apelou a Baku e Erevan para "terminarem com a confrontação armada" e "tomarem as medidas imediatas para impedir qualquer escalada suplementar".
Uma guerra aberta entre o Azerbaijão e a Arménia poderá destabilizar toda a região do Cáucaso, onde a Rússia e a Turquia possuem interesses geoestratégicos antagónicos.
A Arménia e o Azerbaijão estão em conflito desde o início da década de 1990 pelo controlo do Nagorno-Karabakh, um enclave de maioria arménia integrado em território azeri desde a época soviética.
Esta enclave autoproclamou a independência em 1991, com o apoio da Arménia, desencadeando uma guerra com o Azerbaijão que provocou cerca de 30.000 mortos até ao cessar-fogo de 1994.
Os confrontos nos limites desta região são frequentes. Os combates na fronteira azeri-arménia são, no entanto, mais raros.
Esta recente escalada das tensões surge pouco após as declarações do Presidente do Azerbaijão, que ameaçou abandonar as conversações de paz sobre o Nagorno-Karabakh e considerou que o seu país tem o direito de procurar "uma solução militar para o conflito".
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