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Galiza e País Basco vão a votos no domingo, mas não se esperam surpresas

As regiões espanholas da Galiza e do País Basco realizam no domingo eleições para os respetivos parlamentos regionais, que deverão confirmar as maiorias atuais, respetivamente do Partido Popular (PP, direita) e Partido Nacionalista Basco (PNV, centro-direita).

Galiza e País Basco vão a votos no domingo, mas não se esperam surpresas
Notícias ao Minuto

10:50 - 10/07/20 por Lusa

Mundo Espanha

As sondagens publicadas nos últimos dias indicam que o presidente da Junta da Galiza, Alberto Núñez Feijóo, do PP, deverá obter a sua quarta maioria absoluta consecutiva, com cerca de 48% dos votos e cerca de 42 dos 75 deputados no parlamento regional (nas eleições de 2016 obteve 47,6% e 41 lugares).

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), com cerca de 20% e 14 deputados regionais, deverá recuperar a segunda posição, apesar de manter o número de assentos, à custa da queda do Podemos (extrema-esquerda), que deverá passar dos atuais 14 para três deputados regionais no parlamento regional.

O Bloco Nacionalista Galego (BNG) que há quatro anos parecia ter tendência para desaparecer, numa altura em que o Podemos estava no seu auge, volta agora a subir, dos atuais seis deputados para uma posição próxima do PSOE, enquanto Cidadãos (direita liberal) e Vox (extrema-direita) vão continuar a ter uma expressão mínima nesta comunidade autónoma espanhola que faz fronteira com o norte de Portugal.

No País Basco (norte de Espanha), o atual lendakari (presidente do Governo regional basco) desde 2012, Iñigo Urkullu, deverá conseguir manter a liderança do PNV. No entanto, mais uma vez, não deverá obter a maioria absoluta, podendo reeditar a atual coligação com o PSOE ou preferir o EH Bildu (coligação de vários partidos regionais de esquerda).

PNV e PSOE governam a comunidade autónoma com uma coligação minoritária (menos da metade dos 75 deputados parlamentares) que agora poderia passar a maioritária.

De acordo com as sondagens, o PNV deverá aumentar os seus deputados regionais, dos atuais 28 (37,6% nas eleições de 2016) para cerca de 32 num total de 75, seguido do EH Bildu, com uma tendência de ligeira descida dos atuais 28 (21,3%), do PSOE, que deverá subir dos atuais nove membros (11,9%) para 11 e do Podemos, que desce de 11 (14,9) para cerca de oito.

PP e Cidadãos apresentam-se coligados nas eleições bascas e os estudos de opinião dão-lhes cerca de seis deputados, uma diminuição em relação aos nove (10,1%) que os populares tiveram em 2016.

As eleições nas duas comunidades autónomas tinham sido inicialmente marcadas para 05 de abril, mas foram adiadas devido à pandemia de covid-19.

A crise social e económica provocada pela doença não parece, assim, ter penalizado a intenção de voto nos partidos que estão nos Governos regionais da Galiza e do País Basco, que agora poderão reforçar as suas posições anteriores.

Os últimos dias da campanha eleitoral, que termina hoje, foram marcados por pressões da oposição nas duas regiões para que fossem adotadas medidas para assegurar que as eleições decorram com garantias sanitárias, numa altura em que sobe o número de surtos provocados pela pandemia.

O Governo central de Madrid exigiu ao presidente da Junta da Galiza que tomasse medidas para que "o direito ao sufrágio se produza em condições idóneas" e 10 presidentes de câmara da zona confinada pelo surto de A Mariña (Lugo, Galiza) solicitaram a suspensão da votação na região.

Várias queixas apresentadas por pequenos partidos nacionalistas e de esquerda levaram mesmo a Junta Eleitoral Central a considerar que as medidas extraordinárias adotadas pelas autoridades sanitárias para controlar os surtos de coronavírus em A Mariña e Ordizia (Gipuzkoa, País Basco) são suficientes para garantir o direito ao voto no domingo.

Para o professor de Meios de Comunicação e Política da Universidade de Navarra Carlos Barrera, a haver "surpresas" nestas eleições só no caso de os líderes atuais não conseguirem renovar e/ou consolidar as suas maiorias, o que é "pouco provável".

A "lógica" de voto em eleições regionais é "completamente diferente" da das consultas nacionais ou locais, tendo o catedrático dado como exemplo o caso da cidade de Vigo, onde o PSOE ganha todas as eleições menos no caso das regionais, onde o PP é sempre o mais votado.

"Os dois atuais líderes nestas regiões são muito valorizados pelos cidadãos, principalmente porque dão confiança e asseguram estabilidade em tempos de incerteza", considera Carlos Barrera.

Para este analista, tanto o PP na Galiza como o PNV no País Basco estão muito enraizados nas respetivas comunidades, sendo o primeiro deles "uma exceção" no panorama nacional de "grande fragmentação" de partidos.

O primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, deslocou-se na quinta-feira a um comício do PSOE no País Basco onde alertou que a direita irá tentar "novamente" derrubar o governo espanhol com a crise económica e social, mas "falhará novamente como falhou com a emergência sanitária".

Durante o seu discurso, o chefe do executivo criticou o facto de o PP e outros partidos terem "usado o vírus" da covid-19 "para tentar assediar e derrubar o governo da Espanha", sem sucesso, e previu que o farão novamente nos próximos meses com a crise económica.

A Galiza está situada no noroeste da Península Ibérica, a norte de Portugal e tem cerca de 2,7 milhões de habitantes e um território que corresponde a cerca de um terço do de Portugal.

A norte da Península Ibérica, o país Basco, com 3,1 milhões de habitantes e um território que é menos de um quarto mais pequeno do que o português, é outra das 17 comunidades em que a Espanha está dividida.

Esta comunidade faz parte da região historicamente denominada País Basco, que inclui outra comunidade autónoma em Espanha, Navarra, e a região adjacente em França, que os nacionalistas bascos consideram como território cultural e linguístico do povo basco.

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