"Condenados a uma multa de 100.000 dinares (cerca de 700 euros) por atentado à pessoa do Presidente da República", os três militantes "foram ilibados de todas as outras acusações, indicou na sua página Facebook o Comité nacional para a libertação dos detidos (CNLD), uma organização não governamental (ONG) de direitos humanos.

Merzoug Touati, Amar Beri e Yanis Adjila foram quase de seguida colocados em liberdade.

Diversos militantes do 'Hirak' têm beneficiado nos últimos dias de medidas de liberdade condicional -- incluindo Karim Tabbou, figura emblemática da contestação -- ou de indulto presidencial.

As medidas são interpretadas como um gesto de apaziguamento do poder face ao movimento de protesto.

Numa entrevista concedida no sábado à cadeia televisiva France 24, o Presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, tinha admitido que poderiam ocorrer novas libertações de presos, ao considerar que o país caminha para um clima político "muito mais tranquilo".

Os três militantes libertados foram detidos em 12 de junho durante uma tentativa de concentração em apoio aos detidos do 'Hirak', rapidamente neutralizada pela polícia, no centro de Béjaïa, uma das grandes cidades da Cabília.

Foram em conjunto indiciados por "incitamento a rebelião não armada", "publicação que pode atentar contra o interesse nacional" e por "pôr em risco a vida de outros durante o período de confinamento".

O procurador pediu três anos de prisão efetiva contra cada um dos três acusados.

As concentrações públicas estão estritamente proibidas na Argélia desde meados de março devido à pandemia da covid-19.

Merzoug Touati, que já esteve detido previamente, é um 'blogger' e jornalista do Vanguarda Argélia, um media da oposição com a sua página digital bloqueada no país.

Yanis Adjila milita pelos direitos humanos e Amar Beri é um ativista do 'Hirak', o inédito movimento de contestação que surgiu em fevereiro de 2019.

De acordo com o CNLD, ainda permanecem encarcerados cerca de 60 ativistas do 'Hirak', a maioria por publicações no Facebook.

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