Líder tunisino critica ingerências estrangeiras na Tunísia e na Líbia
O Presidente tunisino, Cais Saied, criticou hoje as ingerências estrangeiras na Tunísia, que considera terem como objetivo fazer reverter a jovem democracia, e advertiu contra a divisão da vizinha Líbia.
© Reuters
Mundo Tunísia
"Há numerosas indicações sobre ingerências externas na Tunísia por parte de forças que tentam fazer reverter" a democracia na Tunísia, afirmou Saied, que se encontra de visita a França, à France 24, acusando os partidos tunisinos de estarem "coniventes" com quem está a querer mudar o rumo no país.
Apesar de garantir ter em sua posse "muitas informações" sobre as ingerências, Saied recusou avançar pormenores sobre quem serão as "forças", argumentando que o "dever" o "impede de falar" para evitar que a situação na Tunísia se torne mais complexa".
Desde o início deste mês que os partidos políticos tunisinos se têm criticado mutuamente no Parlamento quanto à posição da Tunísia no conflito líbio, acusados de estarem a ser manipulados, mas sem que se indiquem quais os interesses e quem está por trás.
O Presidente tunisino rejeitou, por outro lado, todas as ingerências estrangeiras na Líbia, dividida entre o governo de união nacional (GNA), com base em Tripoli, e as forças do marechal Khalifa Haftar, "homem-forte" do leste do país, exército em que a França é acusada de ter apoiado.
Interrogado sobre a intervenção turca no Governo de Tripoli, severamente criticada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, numa conferência de imprensa conjunta realizada segunda-feira, Saied sublinhou que "qualquer interferência é um perigo".
"As intervenções estrangeiras apenas agravam os conflitos", insistiu, sublinhando que a responsabilidade é partilhada".
O Presidente tunisino alertou também para os perigos das tentativas para "dividir" a Líbia.
"A divisão [da Líbia] poderá constituir uma porta aberta à divisão de outros países vizinhos (...) e é um perigo para a Tunísia e para a Argélia", advertiu Saied, que também criticou o apoio do Presidente do Parlamento tunisino, Rached Ghannouchi, igualmente líder do partido de inspiração islamita Ennahdha, próximo de Ancara.
"A legalidade internacional e uma resolução do Conselho de Segurança [das Nações Unidas] dará uma base legal ao Governo de Fayez al-Sarraj, mas essa legalidade internacional não pode durar", pelo que "deve ser substituída pela [...] legitimidade popular", considerou.
"Só há uma diplomacia tunisina e é dirigida pelo chefe de Estado", acrescentou.
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